
Catarina Martins
Paulo Novais/Lusa
Na abertura da Conferência Nacional do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins apelidou Pedro Passos Coelho de "Alice no País das Maravilhas" e acusou o primeiro-ministro de mentir aos portugueses.
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A porta-voz do BE quer ver a descida do IVA na eletricidade e na restauração e convidou elementos de fora do partido para ajudar na construção do "Manifesto" às legislativas. Um documento que vai ser hoje debatido e votado ao longo do dia no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra.
A conferência foi aberta com uma pergunta por parte de Catarina Martins. "De onde vimos?
Respondendo à questão que colocou, Catarina Martins afirma que veem "das lutas de quem diz que quem trabalhou toda uma vida deve viver com dignidade, vem das lutas contra o assalto que foi feito ao país, seja ele feito por via das privatizações, das PPP ou de uma política fiscal que tem tirado tudo a quem trabalha e dado tudo a quem nunca paga nada."
A porta-voz do BE, depois de manifestar solidariedade para com os ingleses que saíram à rua contra a austeridade, referiu-se a Pedro Passos Coelho como a "Alice no País das Maravilhas".
"Pedro Passos Coelho, no Portugal dos Pequenitos, considerou-se uma espécie de Alice no País das Maravilhas em que podia dizer que as palavras tinham ganho um novo significado. Vem-nos dizer que nunca apelou a ninguém para emigrar, é um mito. Só disse às pessoas para irem trabalhar para outro lugar", afirmou.
Catarina Martins diz que o primeiro-ministro mente quando afirma que não efetuou cortes e que não aumentou o IVA e dá exemplos. "Disse-nos também que não aumentou o IVA. Não? O IVA da luz passou de 6% para 23% e o da restauração de 13% para 23%. Mas, Pedro Passos Coelho não aumentou, alterou foi a composição dos cabazes do IVA", ironiza.
O "Manifesto" do BE para as próximas legislativas ainda não está concluído. Para a discussão de hoje em Coimbra foram convidados extra BE, Jorge Leite, conhecedor do Trabalho e da contratação coletiva; Manuel Carlos Silva, dirigente sindical na defesa da escola pública e Pedro Bringue do Amaral, uma voz contra a especulação imobiliária.