O líder do PSD assume a vontade de ser o próximo primeiro-ministro para mudar o rumo do país mas quer fazê-lo sozinho, fechando a porta a um entendimento com o PS.
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«No Governo ou vai estar o PS ou o PSD, não vamos estar os dois e ninguém diga que isto não é democrático, porque quem vai escolher são os portugueses. Mas é justo que os portugueses saibam que nós não nos adaptamos a tudo. Nós não somos de borracha», afirmou Pedro Passos Coelho sexta-feira à noite num jantar no Europarque, em Santa Maria da Feira, que contou com ex-dirigentes do partido, como Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes e Luís Filipe Menezes.
O presidente do PSD ambiciona «ter da parte do país e dos portugueses um voto de confiança para poder responder pelo resultado da execução deste programa de ajustamento macroeconómico».
Sem maioria, Pedro Passos Coelho entende que não terá condições para executar o plano acordado com a "troika".
Se o plano de ajuda externa não for executado, o social-democrata considera que dentro de meio ano a dívida portuguesa terá de ser reestruturada.
«Se este governo tivesse uma ponta de vergonha já tinha, como em Espanha, anunciado que este primeiro-ministro não se recandidataria a novo mandato e teria pedido desculpa aos portugueses», comentou, dando o exemplo de José Luis Rodriguez Zapatero, primeiro-ministro espanhol que decidiu não se vai recandidatar depois de dois mandatos.