Para o secretário-geral do partido comunista, as consequências das decisões económicas são "ainda inimagináveis", pelo que "um Governo que se digne desse nome tem de enfrentar a situação".
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O líder do PCP acusou esta quarta-feira o Governo de se "manter calado" perante os aumentos consecutivos das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE), num discurso em que sublinhou a "brutalidade das consequências" desta situação na vida dos portugueses.
Em declarações aos jornalistas durante a manifestação da CGTP, em Lisboa, Paulo Raimundo questionou o Executivo português sobre se vai continuar sem fazer nada perante as opções do BCE.
"A questão de fundo que se coloca é se o Governo português, perante a brutalidade das consequências na vida de milhares de pessoas, se mantém calado perante aquilo que são as opções do BCE na União Europeia", atira o líder comunista.
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Para Paulo Raimundo, as consequências destas decisões económicas são "ainda inimagináveis", pelo que "um Governo que se digne desse nome tem de enfrentar a situação".
Christine Lagarde, presidente do BCE, reafirmou esta quarta-feira, em Sintra, que o banco "provavelmente volta a aumentar" taxas de juro em julho, referindo que a decisão é tomada em cada reunião de acordo com os dados a que tem acesso.
Questionados sobre a possibilidade de alterar a meta de 2%, a que se propuseram para a inflação, os governadores presentes rejeitaram alterar a estratégia.
"Tendo em conta a luta que levamos a cabo contra a inflação" não "há nenhuma forma de mudarmos as metas da inflação", disse Christine Lagarde. "Temos de ser tão persistentes como a inflação e ser resolutos e determinados em atingir a meta e não debater a meta", destacou.