O PCP fala numa intervenção da troika articulada com o Governo, ao passo que os bloquistas acusam o Executivo de fazer este corte de 4700 milhões de euros «em contrarrelógio».
O PCP considerou, esta quinta-feira, que a antecipação em um ano para 2014 do corte de 4700 milhões de euros na despesa que consta num relatório do FMI sobre a sétima avaliação é uma «manobra de pressão e chantagem sobre o povo português».
«Estamos a assistir a uma intervenção da troika articulada com o Governo», explicou à TSF o comunista Vasco Cardoso, que entende que estes objetivos, a serem concretizados, são a «continuação de um rumo de destruição».
Desta forma, continuarão a ser destruídos «direitos sociais, tecido económico nacional», sendo continuará a se verificar o «agravamento do desemprego, dívida e défice que o Governo diz querer combater».
Para o Bloco de Esquerda, «o Governo traz mais problemas com esta sua intenção de ir mais longe nos cortes e, com a perceção clara de que não tem o apoio popular para o fazer, tenta fazer em contrarrelógio» este anúncio.
Ouvido pela TSF, o deputado Pedro Filipe Soares acusou ainda o Executivo de querer «fazer até julho aquilo que não quis discutir e apresentar ao país de forma clara, porque sabe bem que nesse debate o Governo perderia».