Jerónimo de Sousa defendeu que Portugal "necessita de medidas de prevenção e contenção do vírus" e insistiu nas "reservas que têm motivado" o "distanciamento" do partido "em relação ao estado de emergência".
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O líder do PCP alinhou hoje os argumentos para voltar a votar contra o 15.º estado de emergência para responder à pandemia de Covid-19 e criticou o Governo pelo atraso nas medidas de reforço do SNS.
Num discurso, minutos depois de se ter reunido, por videoconferência, com o Presidente da República, Jerónimo de Sousa insistiu que o estado de emergência, desde o ano passado, "apenas tem servido para impor restrições à mobilidade dos portugueses" ou à atividade de milhares de "micro, pequenas e médias empresas".
Num encontro com militantes e profissionais da saúde, em Lisboa, Jerónimo de Sousa defendeu que Portugal "necessita de medidas de prevenção e contenção do vírus" e insistiu nas "reservas que têm motivado" o "distanciamento" do partido "em relação ao estado de emergência", antecipando a manutenção do voto contra na quarta-feira, na renovação do decreto, na Assembleia da República, em Lisboa.
Nos últimos meses, o PCP tem votado contra a renovação do estado de exceção, que tem passado no parlamento com os votos a favor do PS e PSD.
A opção, afirmou ainda, "não pode ser insistir o fecho de atividades", no "condicionamento da vida social", disse ainda, sintetizando a posição na frase: "A opção não pode ser 'confina, desconfina e volta a confinar'."
O secretário-geral enumerou medidas urgentes para fazer face à crise pandémica, já previstas no Orçamento do Estado, no qual o PCP ajudou a viabilizar pela abstenção e criticou os atrasos do Governo na tomada de medidas.
"É com preocupação que verificamos que a grande maioria dessas propostas dirigidas ao reforço do SNS ainda não tiveram concretização, nomeadamente o reforço da estrutura de saúde pública fundamental para o excito do combate à Covid", afirmou.
Jerónimo de Sousa insistiu, depois da reunião de hoje do PCP com o Presidente da República, sobre a renovação do estado de emergência, no cumprimento do plano de vacinação.
E a estratégia que os comunistas defendem passa por fazer uma "testagem massiva", com "prioridades rigorosas", o "rastreio de novos casos e contactos", com o "reforço dos profissionais da estrutura de saúde pública", e a "garantia de vacinação rápida para todos".
A vacinação, afirmou, "é a solução mais sólida para resolver o problema a prazo", e, mais uma vez, a exemplo do que tem feito nos últimos três meses, insistiu na "diversificação das vacinas", libertando o país dos acordos que os grandes laboratórios têm com a União Europeia.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.947.319 mortos no mundo, resultantes de mais de 136,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.923 pessoas dos 828.173 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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