PCP quer bombeiros com comando nacional próprio e propõe mudanças na gestão de meios aéreos
A deputada Alma Rivera pede ao Governo uma "discussão alargada" para alterar o sistema de combate aos incêndios.
Corpo do artigo
O PCP recomenda ao Governo que altere o sistema de proteção civil e pede que os bombeiros tenham um comando nacional próprio, tal como pede a Liga dos Bombeiros Portugueses. Das jornadas parlamentares do partido vão sair dois projetos de resolução, tendo ainda em vista a gestão dos meios aéreos.
As propostas dos comunistas vão dar entrada na Assembleia da República depois das jornadas parlamentares do PCP, na Serra da Estrela, que se centraram no incêndio de há um ano, que afetou os distritos da Guarda e de Castelo Branco.
A deputada Alma Rivera pede ao Governo uma "discussão alargada", lamentando a "insuficiência" do sistema de proteção civil. A deputada comunista considera que é necessário melhorar a resposta e a prevenção aos incêndios.
"É preciso fazer um debate alargado que envolva os diferentes intervenientes e tenha em conta diferentes aspetos, desde a prevenção e a forma como a Proteção Civil deve ser incorporada no ordenamento do território", explica.
Alma Rivera reitera que os bombeiros devem ter "um comando próprio tal como os restantes agentes de proteção civil", lembrando que essa proposta "tem sido debatida, mas com bastante resistência" pelo poder político.
O PCP recomenda ainda que o Governo reative a empresa de meios aéreos, extinta no tempo de Passos Coelho, num ano em que as aeronaves disponíveis para combater os incêndios foram reduzidas para 55.
"Houve uma decisão errada que foi a extinção da empresa de meios aéreos. Extinta em 2014, pelo Governo PSD/CDS, que fazia a gestão desses meios. Hoje essa gestão foi entregue à Força Aérea que tem de fazer esses concursos", lamenta.
A deputada defende que a empresa pública "era adequada à gestão" dos recursos, mas também para "a adequação de meios próprios". Além disso, "ano após ano" o país está cada vez mais perto de "ficar sem meios suficientes" para combater os incêndios.
As propostas vão dar entrada na Assembleia da República depois das jornadas parlamentares, que terminam esta terça-feira. A sessão de encerramento, com a líder parlamentar Paula Santos, está marcada para 16h00.