Pensões e eleições? "Só quem é muito complicado é que não percebe" e a "vitória" garantida do PSD
Luís Montenegro defende que "não há confusão nenhuma" e assegura que aquilo que disse no sábado sobre o aumento das pensões quer dizer que os portugueses têm garantido um "rendimento mínimo de 820 euros".
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O líder do PSD mostrou-se esta terça-feira "muitíssimo confiante" de que o partido irá ganhar as eleições de 10 de março, apontando que este tem "condições ótimas" para vencer. Luís Montenegro defendeu ainda que a sua proposta sobre as pensões "é tão simples, que só quem é muito complicado é que não percebe".
À margem da apresentação do livro de Paulo Rangel, Luís Montenegro foi questionado, pelos jornalistas, sobre a capacidade dos sociais-democratas para se descolarem do PS, uma vez que as sondagens mais recentes apontam para um empate técnico.
O presidente do PSD considera que a pergunta pode ser feita "ao contrário".
"Porque é que o PS perdeu 13 ou 14 pontos do apoio que teve há menos de dois anos? A questão é muito simples: estamos numa disputa eleitoral, que tem ainda cerca de três meses e meio pela frente, na qual todos vamos dar os nossos esclarecimentos e, pela parte do PSD, vamos com certeza ganhar as eleições", defendeu.
Luís Montenegro expressa a crença de que em março o seu partido tenha "um resultado" que lhes confira "condições de governabilidade e de mudar o rumo do país, dando respostas aos verdadeiros problemas das pessoas".
"As pessoas têm baixos salários, têm dificuldade em aceder à rede pública de saúde, têm dificuldades em arranjar professores para os seus filhos e netos, têm uma dificuldade acrescida no acesso à habitação e Portugal não tem tido o crescimento económico necessário para pagar bons salários e para poder ter financiamento no serviço público", aponta.
Por isso mesmo, Montenegro considera que o PSD está "em condições ótimas para ganhar eleições" e com uma "margem de crescimento à sua frente que tem de aproveitar".
"Estamos empenhados e muitíssimo confiantes de que vamos ter ocasião de forma serena, honesta, para esclarecer os eleitores e motivá-los para este ciclo que se impõe", afirma.
No sábado, Luís Montenegro, afirmou que quer aumentar para 820 euros o rendimento mínimo garantido dos pensionistas até 2028, assegurando que o seu partido não vai cortar "um cêntimo a nenhuma pensão".
Já esta segunda-feira, em declarações ao Fórum TSF, o líder parlamentar do PSD remeteu para "mais à frente" uma eventual alteração dos critérios de acesso ao Complemento Solidário para Idosos (CSI).
Confrontado com a polémica gerada em torno desta afirmação, o social-democrata considera que aquilo que disse é "tão simples, que só quem é muito complicado é que não percebe".
"Em primeiro lugar, eu disse que não vamos cortar um cêntimo a nenhuma pensão em Portugal. Em segundo, vamos atualizar todas as pensões, no mínimo, através da fórmula que a lei preconiza e, em terceiro, vamos atingir em 2028 os 820 euros, o que significa que o rendimento mínimo de cada pensionista em Portugal são 820 euros", esclarece.
Montenegro acusa ainda alguns responsáveis políticos de "falarem do que não sabem", garantindo que a proposta não apresenta "confusão nenhuma", e apresenta vários exemplos.
"Quem tem rendimento de 500 euros terá complemento solidário para idosos de 320 euros, quem tem rendimento de 400 euros, terá 420 euros e quem tem um rendimento de 600 euros, terá um complemento de 620 euros", reforçou.
O CSI é um apoio em dinheiro pago mensalmente aos idosos de baixos recursos, com mais de 66 anos e quatro meses e residentes em Portugal.
O valor atual é, no máximo, 488,22 euros por mês e os critérios que contam para a avaliação dos recursos do idoso, de acordo com informação da Segurança Social, são os rendimentos do requerente do complemento, bem como "os rendimentos da pessoa com quem está casado(a) ou vive em união de facto, há mais de dois anos" ou ainda "os rendimentos dos filhos para apuramento da Componente de Solidariedade Familiar do requerente".
Sobre isto, o candidato a secretário-geral do PS Pedro Nuno Santos disse, em Matosinhos (distrito do Porto), que as propostas do PSD em matéria de pensões, apresentadas no congresso de sábado, têm "falta de credibilidade".