PEV diz que é fácil fazer um plano mas Governo "tem de ser consequente" no desconfinamento
Mariana Silva apontou que o Executivo terá que "fazer o que anda a prometer há já algum tempo", nomeadamente a vacinação, a testagem massiva e os rastreios, para "não perder de vista os infetados".
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"Os Verdes" defenderam esta sexta-feira que o Governo "tem de ser consequente" com as medidas anunciadas no plano de desconfinamento, com testes em massa, rastreios, vacinação e reforço de transportes públicos, sublinhando a importância da comunicação.
"Aquilo que 'Os Verdes' reafirmam é que fazer um plano não é a dificuldade, passá-lo para o papel não é a dificuldade. A dificuldade está em ser consequente com as medidas que estão neste plano e para isso nós não podemos, o Governo não pode, passar só a responsabilidade para os portugueses, para as pessoas", declarou esta sexta-feira Mariana Silva, do Partido Ecologista "Os Verdes", em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, em reação ao plano de desconfinamento já conhecido.
O chefe do Governo, António Costa, anunciou na quinta-feira um plano de desconfinamento, mas "com cautela" e "a conta-gotas", após reunião do Conselho de Ministros e já com um 13.º período de estado de emergência aprovado no parlamento, até 31 de março.
Para o PEV, "o Governo tem que ser consequente com estas medidas", e "não pode haver só um 'powerpoint' e meia dúzia de frases, para que as pessoas compreendam o que é que está em causa".
"Que não podemos sair todos à rua ao mesmo tempo e que temos que cumprir, continuar a cumprir, com as medidas que vão continuar a ser impostas. E por isso, há aqui a importância da comunicação, como temos vindo a dizer ao longo do tempo e esperemos que o Governo tenha essa capacidade", sustentou.
Mariana Silva apontou ainda que o Executivo terá que "fazer o que anda a prometer há já algum tempo", nomeadamente a vacinação, a testagem massiva e os rastreios, para "não perder de vista os infetados".
"Depois, é necessário também reforçar os transportes públicos, porque com neste desconfinamento as pessoas vão procurar os transportes públicos e não podemos voltar ao que era, por isso temos que ampliar a oferta", alertou.
O PEV insistiu ainda no reforço dos apoios sociais, "porque o vírus não pode apanhar uma população fragilizada", e ainda o regresso da cultura, porque os profissionais "precisam de trabalhar" e "os portugueses precisam de cultura para enfrentarem mais uns meses difíceis que teremos pela frente".
"Quanto às escolas, há aqui a necessidade de se encontrarem todas as soluções para que as escolas abram em segurança, inclusive, cumprindo com as regras, e uma das regras é o número de pessoas por espaços fechados. Por isso, é necessário também diminuir o número de alunos por turma", argumentou a deputada.
De acordo com o plano de desconfinamento, na próxima segunda-feira, reabrem creches, ensino pré-escolar e escolas do primeiro ciclo de ensino e as atividades de tempos livres (ATL) para as mesmas idades, sendo autorizado o comércio ao postigo e a reabertura de estabelecimentos de estética como os cabeleireiros.
A deslocação entre concelhos para a generalidade da população continua interdita nos dois próximos fins de semana, bem como o dever de recolhimento domiciliário até à semana da Páscoa (26 de março a 5 de abril), inclusive.
Os portugueses podem voltar a sair do país, por qualquer via, a partir de segunda-feira (embora as fronteiras com Espanha fiquem ainda condicionadas até depois da Páscoa) e daqui a 25 dias (5 de abril), voltam ao ensino presencial os alunos do segundo e terceiro ciclos e reabrem museus, monumentos, palácios e galerias de arte e as lojas com uma área até 200 metros quadrados e que tenham porta para a rua.
As esplanadas podem voltar a ser frequentadas até ao limite de quatro pessoas e podem ser praticadas as modalidades desportivas de baixo risco. Os ginásios reabrem, mas sem aulas de grupo.
A partir de 19 de abril, volta a funcionar o ensino secundário e superior, reabrem cinemas, teatros, auditórios e salas de espetáculo e as lojas de cidadão, com atendimento presencial por marcação, além de todas as lojas e centros comerciais e cafés e restaurantes podem retomar a atividade, mas com lotação máxima de quatro pessoas ou seis pessoas em esplanadas e com horário até às 22h00 ou às 13h00 ao fim de semana.
Finalmente, dentro de 53 dias (3 de maio), os restaurantes, cafés e pastelarias possam funcionar sem limite de horário, mas com a lotação limitada a um máximo de seis pessoas ou a 10 em esplanada e todas as modalidades desportivas e os ginásios deixam as restrições, assim como grandes eventos exteriores ou eventos interiores, como casamentos e batizados, estes com metade da lotação máxima.
O primeiro-ministro socialista vincou que as medidas da reabertura serão revistas sempre que Portugal ultrapassar os "120 novos casos por dia por 100 mil habitantes a 14 dias" ou que o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 ultrapasse 1.
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