A investigação identificou mais de seis mil imigrantes ilegais entre Lisboa e Paris.
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A Polícia Judiciária deteve esta segunda-feira seis pessoas numa operação de desmantelamento de uma organização suspeita de tráfico de pessoas e auxílio à imigração ilegal.
"A operação policial foi desenvolvida em várias fases, nomeadamente com a execução e cumprimento de 18 Mandados de Busca domiciliária, bem como ao cumprimento de 6 Mandados de Detenção emitidos pela titular do inquérito, ação com incidência na região da grande Lisboa, Vila Franca de Xira e Margem Sul do Tejo", explica a autoridade portuguesa em comunicado.
Em causa está uma "operação policial destinada ao desmantelamento de uma organização com atividade criminosa que operava em Portugal, França, Espanha e Alemanha, suspeita da prática de crimes de associação criminosa, tráfico de pessoas, auxilio à imigração ilegal e falsificação de documentos".
"Procedeu-se ainda ao cumprimento de vários mandados de busca não domiciliários, à fiscalização de estabelecimentos hoteleiros ligados à rede criminosa, nos quais se acolhiam imigrantes ilegais e ainda à abordagem estradal de viaturas de transporte com imigrantes ilegais a bordo, que se preparavam para entrar em território nacional", refere a PJ, perante uma operação que "envolveu a participação de cerca de 110 elementos da Policia Judiciária, contando ainda com o apoio do SEF e de elementos da ASAE", bem como de elementos provenientes de outros países colaboradores na investigação.
A Polícia Judiciária explica a atuação da rede agora desmantelada: "Proporcionava a imigrantes em situação irregular em toda a Europa, a possibilidade de se deslocarem a Portugal no sentido de regularizar a sua situação junto do SEF, com vista à obtenção de Autorizações de Residência, na sua grande maioria recorrendo a documentos falsificados. A investigação permitiu identificar 337 transportes de entre Lisboa / Paris / Lisboa, no total de mais de seis mil imigrantes ilegais."
"A investigação em causa, iniciada em território nacional em fevereiro de 2022, resultou de uma estreita cooperação com as autoridades judiciárias europeias, assumindo a EUROJUST, através de uma JIT, a coordenação das diferentes investigações, com o apoio da Europol", esclarece.
Segundo a PJ, "os arguidos detidos, serão presentes às competentes Autoridades Judiciárias para primeiro interrogatório judicial e consequente sujeição às medidas de coação tidas por adequadas".