Nove meses depois, a Polícia Judiciária não tem dúvidas sobre a origem do maior fogo de 2018. Falta saber se houve negligência, mas as suspeitas recaem sobre uma linha da EDP.
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O diretor nacional adjunto da Polícia Judiciária (PJ) sublinha que a investigação ainda não está concluída, mas afirma que, "numa fase quase inicial", a investigação encontrou "indícios" do que levou ao incêndio de Monchique, em agosto do ano passado.
Questionado pela TSF sobre se esses indícios podem ter a ver com as linhas da EDP, Carlos Farinha responde que "poderá ter a ver com uma consequência nesse sentido".
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Sem nunca referir o nome da elétrica nacional, este responsável garante que a investigação "não apresenta dúvidas quanto à origem do incêndio", mas "não há intervenção dolosa". Isto pressupõe que "não houve crime doloso; não houve uma intencionalidade; não houve uma terceira pessoa a ir colocar uma chama num ponto de início, para dar início ao incêndio". Falta agora concluir se se tratou de negligência.
Em resposta à crítica da Comissão Técnica Independente, que considera "inaceitável" que, 9 meses depois, a origem do incêndio ainda não seja conhecida, a Polícia Judiciária responde que sabe o que passou, mas que, enquanto a investigação não estiver concluída, está "sujeita a algumas limitações processuais".
Carlos Farinha, Diretor Nacional Adjunto da PJ, acentua que é um processo que envolve muitos lesados, pelo que implica "alguma morosidade" para que se possam realizar algumas "diligências obrigatórias". Ainda assim, o dirigente da Judiciária pensa que "até ao final do próximo mês" de junho, "dentro dos prazos processuais", a investigação possa estar concluída e entregue ao Ministério Público.
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