Agentes e militares acusam o Governo de desvalorizar o seu trabalho e reivindicam o pagamento de um subsídio semelhante ao que é garantido aos profissionais da Polícia Judiciária.
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A plataforma que reúne sindicatos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e as associações da Guarda Nacional Republicana (GNR) decidiu cortar relações com o ministro da Administração Interna depois de uma reunião esta manhã, no Porto.
Do encontro saíram três pontos, explicou à TSF o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP-PSP), Paulo Santos, e o primeiro é o corte com "o atual executivo, em concreto com o MAI, face àquilo que tem sido o tratamento que tem tido para com este universo de profissionais da PSP e da GNR".
O segundo ponto prevê uma "marcação cerrada a todas as iniciativas que o Governo, mesmo em gestão, vai ter até à data das eleições". O objetivo dos agentes e militares é o de que "onde estiver o senhor primeiro-ministro, onde estiver o senhor membro do Governo da parte da Administração Interna", haja também oportunidade de marcarem presença "para reivindicar" o que pensam ser "justo e legítimo para os profissionais da PSP e da GNR".
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O terceiro ponto foi a decisão de marcar para o dia 31 de janeiro uma concentração, recorrendo ao que têm à "disponibilidade em termos sindicais e em termos de estatuto", cujo objetivo é reunir "o maior número de profissionais" em vários pontos do país.
Entre as principais reivindicações dos profissionais da PSP e da GNR está o objetivo de receberem um subsídio de missão - à imagem do que é praticado na Polícia Judiciária (PJ) - e que pode representar aumentos de quase 700 euros por mês.
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Para já, Paulo Santos garante que os protestos e a "demonstração da insatisfação de polícias da PSP e da GNR para com a atitude que o Governo teve" vão continuar, mas há também avisos para o futuro: as forças de seguranças querem deixar um sinal ao próximo Governo - "independentemente de qual seja o partido ou o desenho político que venha a ter" - para que não descure a mobilização "daqueles que são os principais elementos que garantem a segurança dos portugueses".
"É importante percebermos que estamos a falar de um universo de polícias da GNR e da PSP que diariamente estão na linha da frente daquilo que diz respeito à segurança do país", nota o representante dos trabalhadores, apontando que o atual executivo "desvalorizou completamente estes profissionais".