António Costa diz que declarações de Carlos Costa, "além de falsas, são ofensivas"
António Costa não quer "acrescentar" nada ao caso que envolve Isabel dos Santos e diz que vai defender-se "no local próprio", isto é, nos tribunais.
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O primeiro-ministro António Costa assinalou esta terça-feira que as declarações do antigo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, sobre alegadas pressões relacionadas com Isabel dos Santos são, "além de falsas, ofensivas" do seu "bom nome, honra e consideração".
Em declarações aos jornalistas no Porto, o primeiro-ministro notou que "não se tendo o doutor Carlos Costa retratado nem pedido desculpas pelas declarações que fez", já constituiu um "mandatário para agir legalmente".
António Costa referia-se às declarações proferidas esta tarde pelo antigo responsável pelo Banco de Portugal na apresentação do livro "O Governador". Carlos Costa confirmou que foi contactado a 12 de abril pelo primeiro-ministro, que lhe terá dito que "não se pode tratar mal a filha de um presidente de um país amigo de Portugal", referindo-se a Isabel dos Santos.
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Na semana passada, António Costa terá também enviado uma mensagem escrita a Carlos Costa em que, diz o ex-governador, o chefe do Governo "reconhece" um contacto "para transmitir a inoportunidade do afastamento da engenheira Isabel dos Santos".
"É o próprio primeiro-ministro a confirmar uma tentativa de intromissão do poder político junto do Banco de Portugal. A partir de agora, cabe a cada um fazer o seu juízo e a sua avaliação", assinalou.
Poucas horas depois, quando confrontado pelos jornalistas, o primeiro-ministro assinalou que "nada mais tem a acrescentar" sobre o assunto, repetindo que as declarações de Carlos Costa são "para além de falsas, ofensivas" do "bom nome, honra e consideração".
"Como é próprio do Estado de Direito, quando a honra de uma pessoa é ofendida, a pessoa tem o direito de defender-se. E é no local próprio, nos tribunais. É isso que farei", garantiu.