Portugal perto de "cumprir objetivo" de sair do pódio de países mais endividados da Europa

O ministro das Finanças, Fernando Medina
Rodrigo Antunes/Lusa
Revisão em alta do crescimento do PIB prova "trajetória firme de convergência de Portugal na zona euro", defende Fernando Medina.
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O ministro das Finanças, Fernando Medina, destacou esta sexta-feira os números positivos da economia, que confirmam, diz, "a trajetória muito firme de convergência de Portugal na zona euro".
De acordo com os dados Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta sexta-feira, "o crescimento de 2021, de 2022 e do primeiro semestre de 2023 foi significativamente mais alto do que aquilo que eram as projeções iniciais", sublinha Fernando Medina, explicando que os números do crescimento os dados de 2021 "são dados definitivos", os 2022 são "uma atualização das projeções do INE" e os dados de 2023 ainda são "a primeira projeção".
Este crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), afirma o ministro das Finanças, deve-se "sobretudo, à melhoria do consumo privado, à sustentação do investimento e também ao contributo das nossas exportações".
Nos últimos oito anos, Portugal cresceu mais do que a zona euro em sete anos, com exceção de 2020, ano da pandemia, destaca Medina.
Ao mesmo tempo, há uma revisão em baixa das projeções relativamente à dívida pública portuguesa" de 2021, 2022 e 2023.
"Estamos mais próximos de cumprir o nosso objetivo no final do ano, que é deixarmos a terceira posição dos países mais endividados da Europa, de ficarmos abaixo de vários países que, sendo maiores que nós, historicamente sempre tiveram dívidas públicas mais baixas do que nós."
Outro objetivo do Governo é "ter uma dívida inferior a 100% do PIB, algo que já não acontece há mais de uma década", nota Fernando Medina.
O ministro das Finanças destaca ainda o aumento da taxa de poupança, que o INE atribui "ao rendimento disponível das famílias" e que Medina explica pela "dinâmica de crescimento dos salários", com "o volume de emprego também a crescer de forma significativa", assim como "as medidas do Governo de apoio às famílias mais vulneráveis".
E nas projeções do Conselho de Finanças Públicas, aponta, as remunerações médias aumentaram 8,5%, "significativamente acima da inflação", o que significa que temos um aumento do peso dos salários no produto interno bruto".
Por último, Medina destaca que Portugal a ter "uma posição externa positiva", com tendência a melhorar, graças sobretudo às áreas da indústria, serviços e turismo.
Com estes dados, os números de crescimento vão ser revistos no Orçamento do Estado. "Teremos um novo cenário macroeconómico para 2023 e também a projeção para 2024", confirma Medina.