Marcelo Rebelo de Sousa reiterou o "pesar especial" pelas vítimas portuguesas às mãos do Hamas.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirma esta quarta-feira que os portugueses devem condenar o ataque do Hamas contra israelitas, independentemente da dissonância de opiniões no Parlamento.
"Na Assembleia da República hoje foi discutida a matéria pela primeira vez e houve dissonância de pontos de vista que não são novas. Já noutros conflitos aconteceram. O fundamental é que eu penso que a maioria dos portugueses não pode deixar de condenar o que se passou, o ataque do Hamas, mas, sobretudo, estar muito preocupado, porque é uma região muito sensível do globo, além do mais, próxima da Europa, em que não se avançava nem um passo significativo há muito tempo para a paz e a nossa posição é que deve haver dois estados diferentes, que é a posição das Nações Unidas", considera o Presidente da República em declarações aos jornalistas.
Marcelo Rebelo de Sousa reiterou o "pesar especial" em relação às vítimas portuguesas às mãos do Hamas, depois de o ter feito numa nota oficial esta quarta-feira, e realçou a preocupação com uma zona do globo que "é central nas relações entre as grandes potências".
"Não se avançava, mas esta atuação objetivamente piora o que já se vivia, porque não é estabilizadora, é destabilizadora. Não contribui para a negociação, contribui para a radicalização. E, nesse sentido, é mau que em mais um ponto quente no globo nós estejamos a recuar e não a avançar. O que se tem visto nos últimos tempos é que se recua nos caminhos para a paz. Isso é muito preocupante para todos, porque dá uma instabilidade enorme a nível mundial, porque tem efeitos económicos e financeiros. Vai ao bolso das pessoas", considera.
Questionado sobre se este conflito irá afetar os apoios à Ucrânia na guerra com a Rússia, Marcelo responde negativamente: "Não, isso não penso, porque uma das consequências daquilo que se viveu é acentuar a radicalização também nesse conflito (...) Quando há destabilização e radicalização de posições não se negoceia, há confronto."