Ministra da Defesa afirma que "continua a haver um grande consenso e um conjunto de declarações de apoio à Ucrânia por parte de todos os países".
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A ministra da Defesa, Helena Carreiras anunciou, esta quarta-feira, em Bruxelas, que Portugal vai enviar "vestuário de inverno" para equipar as tropas ucranianas, durante os meses frios que se aproximam.
Helena Carreiras falava no final do primeiro dia de reuniões dos ministros da Defesa da NATO, que contou com a participação do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que está em Bruxelas para pedir ajuda, para enfrentar o que diz ser "um inverno de terror". Zelensky pede equipamento de defesa aérea, artilharia e munições.
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"No plano da defesa, anunciei aqui que estamos a preparar um pacote com vestuário de inverno. O inverno está a aproximar-se e essa é uma necessidade sentida e requerida pela Ucrânia, bem como os geradores", afirmou Helena Carreiras.
A ministra da Defesa informou também que os formadores portugueses para pilotos de caça F-16 estão prontos para começarem a trabalhar com a Ucrânia assim que forem solicitados.
"Essa formação já começou. A Holanda [Países Baixos] e a Dinamarca estão a pilotar esse processo. Nós não estamos ainda a participar com as nossas capacidades, relembro que oferecemos a possibilidade de treinar pilotos e mecânicos, estamos a continuar a ter reuniões técnicas para avaliar qual é o momento em que a nossa participação será requerida", afirmou a ministra, dando conta que "não existe uma data nem um calendário concreto, mas continuamos na coligação e a falar com os nossos parceiros".
Numa altura em que as atenções estão viradas para o conflito no Médio Oriente, Helena Carreiras garante que o foco continua a ser a ajuda à Ucrânia.
"Continua a haver um grande consenso e um conjunto de declarações de apoio à Ucrânia por parte de todos os países e o Presidente Zelensky agradeceu, sublinhou a necessidade que têm, sobretudo na defesa aérea, é uma área que têm sublinhado muitas vezes e continua a ser uma área crítica e de grande importância, bem como as munições, a desminagem, que passa a ser um desafio maior", comentou.
No final do primeiro dia de reuniões na sede da Aliança Atlântica, o secretário-geral da organização saudou o contributo de "mais de 50 nações, incluindo todos os aliados da NATO, concentraram-se nas necessidades mais urgentes da Ucrânia".
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"A Rússia está a intensificar os ataques às infraestruturas ucranianas e prepara-se novamente para utilizar o inverno como arma de guerra", afirmou Stoltenberg, classificando que "por essa razão, é ainda mais importante que intensifiquemos e mantenhamos o nosso apoio à Ucrânia".
"Congratulo-me com os novos anúncios feitos nas últimas horas, entre os quais a Bélgica e a Dinamarca, que confirmaram os seus planos de entregar jatos F-16 à Ucrânia. O Canadá vai doar dezenas de milhões de dólares em vestuário e equipamento de inverno. A Alemanha anunciou um pacote de mil milhões de euros, com destaque para os sistemas de defesa aérea Patriot e IRIS-T. O Reino Unido está a disponibilizar mais de 100 milhões de euros para mais defesas aéreas e equipamento de desminagem. E os Estados Unidos fornecerão munições de artilharia de defesa aérea e de foguetes no valor de mais de 200 milhões de dólares", destacou.
Israel
Comentando os recentes acontecimentos no Médio Oriente, Jens Stoltenberg afirmou que "Israel tem o direito de se defender", tendo em conta que "sofreu um terrível ataque terrorista durante o fim de semana, com muitos civis mortos".
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Porém, reafirmando o "o direito de defesa contra este tipo de ataques terroristas", Jens Stoltenberg disse "esperar também que as respostas israelitas sejam proporcionais".
"É importante, à medida que este conflito prossegue, fazer tudo o que for possível para evitar a perda de vidas civis inocentes", sublinhou Stoltenberg.