Depois de ter pedido maior compreensão quanto ao esforço que Portugal está a fazer para honrar os compromissos, o Presidente voltou a apelar aos lideres europeus para que cumpram as suas obrigações.
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«Partilhamos as dificuldades dessa Europa com sentido de responsabilidade e de solidariedade. Aos líderes europeus pedimos que cumpram as suas tarefas, que nós portugueses saberemos cumprir as nossas», afirmou o Presidente da República.
Numa intervenção em Sintra esta quinta-feira, depois de lhe ter sido atribuída a chave de honra da vila, o chefe de Estado fez o paralelo entre aquele concelho dos arredores de Lisboa e Portugal, reconhecendo a existência de muitos problemas, quer no município, quer no país.
«Sintra tem muitos problemas, como tem todo o nosso país, não são diferentes», afirmou, considerando que Sintra «cumprirá as suas obrigações».
Cavaco Silva disse ainda que as autarquias e as instituições de solidariedade social são decisivos para atenuar as situações de pobreza em tempos de crise.
O Presidente fez eco do retrato de dificuldades que esta quarta-feira lhe foi descrito por Fernando Ruas, presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP).
««Disseram-me que em muitos concelhos as instituições de solidariedade social se encontram em grande dificuldades financeiras em resultado da quebra dos recursos e do aumento muito forte das solicitações. As câmaras municipais, tal como as instituições de solidariedade, são neste momento pilares decisivos da coesão social em Portugal», afirmou.
Elogiando o «apreciável sentido social» que as autarquias e as instituições de solidariedade social têm demonstrado, Cavaco Silva admitiu mesmo que sem a sua acção «a situação de exclusão e de pobreza seria demasiado forte» para a sensibilidade de um país que pertence à União Europeia e que «traz surpresas e tormentas» que há uma década não seria possível imaginar.