"Preocupante". Qualidade "questionável" faz um quarto dos cursos superiores nem chegar a existir
A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior fala num número excessivo de propostas, por parte das universidades, e admite que grande parte dos pedidos de novos cursos acaba rejeitada por falta de qualidade.
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A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior recebe, por ano, mais de 200 pedidos para a criação de novos mestrados. O cenário, admite a entidade, é "preocupante", com muitos cursos sem qualidade para serem instituídos.
De acordo com o Jornal de Notícias, o organismo recebe, por ano, mais de 300 pedidos para novos cursos superiores, cerca de 200 dos quais para mestrados, a maioria no ensino público - uma situação que a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior considera "excessiva" e "difícil de entender".
A entidade, que é responsável por validar os novos cursos, não tem poderes de regulação. Em declarações citadas pelo JN, o presidente da agência, João Guerreiro, faz a comparação com a realidade em Espanha: no país vizinho, que é cinco vezes maior, há 3 mil cursos de ensino superior. Em Portugal, há 4250 - metade deles mestrados.
Para a agência, o panorama gera preocupação, uma vez que, só no último ano, um quarto dos cursos avaliados teve de ser chumbado.
Segundo a entidade avaliadora, as propostas submetidas têm "um nível de qualidade questionável" e grande parte não reúne as condições necessárias para receber acreditação. Uma das questões essenciais, aponta a agência, é falta de qualificações dos professores propostos.