Presidente executiva da TAP ouvida no parlamento sobre indemnização a Alexandra Reis
A audição da responsável da companhia aérea acontece na sequência do requerimento potestativo do Chega. Veja aqui em direto.
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A presidente executiva da TAP está esta quarta-feira ao parlamento, para dar explicações sobre a indemnização de 500.000 euros à antiga administradora Alexandra Reis, que foi também presidente da NAV e secretária de Estado.
Numa intervenção inicial, lida em português, Christine Ourmieres-Widner começou por defender que a TAP precisa de estabilidade depois de um caminho difícil.
"A TAP poderia ter acabado em 2021, como aconteceu com outras companhias aéreas, e com enormes impactos na economia portuguesa. A opção do Governo foi salvar a TAP como ativo do país. De acordo com um plano de reestruturação validado por Bruxelas como caminho. O que gestão tem procurado fazer é cumprir o plano, com opções sempre focadas na necessidade de melhorar a operação e conseguir objetivos, respeitando sempre o trabalho desenvolvido por todos os trabalhadores da TAP e com base nas melhores práticas internacionais", afirmou a presidente executiva da TAP.
A audição da responsável da companhia aérea acontece na sequência do requerimento potestativo do Chega, depois de o grupo parlamentar do PS ter rejeitado a proposta de audição num primeiro momento.
André Ventura foi o primeiro a fazer perguntas à presidente executiva da TAP, que justificou a saída de Alexandra Reis do conselho de administração da empresa área, porque estava "desalinhada" com a equipa executiva.
Perante os deputados da comissão parlamentar de economia, Christine Ourmieres-Widner explicou as razões de saída da gestora que levou uma indemnização de 500 mil euros.
"O motivo pelo qual Alexandra Reis deixou a companhia foi um desalinhamento sobre o plano de reestruturação. Era preciso tomar uma série de decisões para implementar esse plano e era crítico que a comissão executiva estivesse alinhada quanto à forma de o fazer. Esta foi apenas e só a única razão que levou à saída de Alexandra Reis", afirmou.
O caso da indemnização de meio milhão de euros paga à antiga secretária de Estado Alexandra Reis, pela saída antecipada da administração da TAP, levou à demissão do ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e a uma remodelação no Governo.
A Inspeção-Geral de Finanças está a preparar um relatório sobre o caso, mas o Correio da Manhã avançou, em 14 de janeiro, que a Parpública e a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) não foram informadas, nem autorizaram o pagamento da indemnização a Alexandra Reis.
Além da polémica indemnização, a TAP tem feito manchetes nos jornais por outros motivos, entre os quais a contratação de uma amiga pessoal de Christine Ourmières-Widener para assumir a direção do departamento de melhoria contínua e sustentabilidade, ou a intenção de substituir a frota de carros da empresa para administradores e diretores.
O negócio não andou para a frente e a companhia decidiu, então, atribuir 450 euros aos diretores que não chegaram a receber carro, para usar numa plataforma eletrónica de transporte.
No que diz respeito a questões laborais, a TAP está em negociações com o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) para evitar uma nova greve de tripulantes no final do mês, depois de uma paralisação de dois dias, no início de dezembro, que teve um impacto de cerca de oito milhões de euros na empresa.
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