"Única razão" para saída de Alexandra Reis da TAP foi "divergência na execução do plano de reestruturação"
A presidente executiva da TAP considera que "é crucial haver um alinhamento relativamente à implementação do plano" e essa foi "a única razão" para a saída de Alexandra Reis.
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A presidente executiva da TAP, Christine Oumières-Widener, garantiu esta quarta-feira, no parlamento, que a "única razão" para a saída de Alexandra Reis do Conselho de Administração foram "divergências na execução do plano de reestruturação".
"Havia divergências na implementação do plano de reestruturação. Na equipa executiva, é crucial haver um alinhamento relativamente à implementação do plano. Essa foi a única razão para a saída de Alexandra Reis da companhia aérea", disse a presidente executiva da TAP.
Perante os deputados, a presidente executiva da TAP confessou que o seu antecessor no cargo Antonoaldo Neves recebeu uma indemnização por ter saído antes do fim do mandato.
Christine Ourmières-Widener revelou ainda que, no caso do seu contrato, só recebe um bónus em 2025 se o plano de restruturação for bem-sucedido.
O presidente não executivo da TAP Manuel Beja estava informado sobre a negociação da indemnização de 500 mil euros à antiga administradora da empresa Alexandra Reis. De acordo com a presidente executiva, Christine Ourmières-Widener, Manuel Beja e o antigo secretário de Estado das Infraestruturas sabiam de tudo o que se passava
"O principal papel do presidente da administração é fazer a ponte com os acionistas. Neste processo, o chairman foi informado por mim e pelo acionista. Soube da primeira proposta, que também foi comunicada publicamente. Soube da última proposta e teve contacto com o secretário de Estado das Infraestruturas. O presidente e eu estivemos envolvidos nalguns pontos específicos. Eu contactei diretamente com os advogados mas não com Alexandra Reis, tal como as boas práticas recomendam. Tudo foi feito advogado a advogado", explicou.
A presidente executiva da TAP afirmou também que não foi informada sobre a entrada de Alexandra Reis na NAV. Christine Ourmières-Widener Adianta que só soube pela comunicação social.
Christine Ourmières-Widener deu o exemplo da decisão de aumentar a oferta para 2022 como um dos pontos de divergência, adiantando que foi "uma discussão muito difícil".
A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, está esta quarta-feira a ser ouvida no parlamento, na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, para explicações sobre a indemnização de 500.000 euros à antiga administradora Alexandra Reis, que foi também presidente da NAV e secretária de Estado.
A audição da responsável da companhia aérea acontece na sequência do requerimento de caráter obrigatório do Chega, depois de o grupo parlamentar do PS ter rejeitado a proposta de audição num primeiro momento.
O caso da indemnização de meio milhão de euros paga à antiga secretária de Estado Alexandra Reis, pela saída antecipada da administração da TAP, levou à demissão do ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e a uma remodelação no Governo.
Questionada pelo deputado do Chega André Ventura sobre com quem do Governo foi discutida a indemnização a Alexandra Reis, a responsável da transportadora disse que esteve em contacto, "desde o início", com o então secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes.
"Eu obtive a aprovação através do secretário de Estado das Infraestruturas. [...] Eu assumi, tendo em conta a forma como trabalhamos em conjunto, que o acordo [para a indemnização] com o secretário de Estado foi feito com a concordância do Ministério das Finanças", realçou Christine Ourmières-Widener.
Questionada ainda sobre a eventual existência de outros casos semelhantes ao de Alexandra Reis, a responsável disse não ter conhecimento de outras saídas da companhia com indemnizações avultadas, apenas de uma indemnização ao seu antecessor, Antonoaldo Neves, quando a TAP tinha gestão privada.
* Notícia atualizada às 12h11