Líder da associação sindical explica que, durante os "Dias das Dioceses", os polícias vão estar "concentrados" para perceber o que é necessário para a "preservação dos interesses" da classe.
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A Associação Sindical dos Profissionais da PSP (ASPP/PSP) inicia a 27 de julho, quatro dias antes do arranque da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, uma série de protestos.
A data foi adiantada à TSF pelo presidente da ASPP, Paulo Santos, que explica que durante os "Dias das Dioceses", que decorrem de 26 a 31 de julho, os polícias vão estar "concentrados" em vários pontos do país, incluindo nas sedes das dioceses.
"Estaremos presentes para acompanhar o que é necessário do ponto de vista da preservação dos interesses dos polícias que vão estar a trabalhar no evento, iremos monitorizar e registar o que acontece no evento", explica, admitindo também a realização de ações de protesto em festivais de verão.
O objetivo é ver de perto as condições que a PSP vai garantir aos agentes, num momento em que o ministro da Administração Interna já garantiu que os polícias vão beneficiar de uma redução de horários e que o trabalho excecional vai ser pago, tal como as ajudas de custo a 100%.
"Controlo de fronteiras, reforço operacional, condições remuneratórias pelo trabalho excecional, ajudas de custo a 100% para deslocados, turnos reduzidos de oito horas para seis horas, condições de alojamento, transporte, refeições, articulação com o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais e testes às redes de comunicações são algumas das importantes matérias que têm sido acauteladas em tempo", disse José Luis Carneiro durante a audição na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades Garantias.
Paulo Santos vê estes anúncios como "hipocrisia" e defende que, assim, "só falta dizer que o próprio ordenado dos polícias é uma dádiva do ministério".
Na ótica do líder da ASPP, o que vai ser atribuído aos polícias "decorre da especificidade da missão, não é uma compensação e decorre do enquadramento que os polícias vão ter" na JMJ, pelo que as palavras do ministro "não têm qualquer adesão à realidade".
Por isso mesmo, deixa a José Luís Carneiro o desafio de "sentar-se à mesa" com os polícias para responder à proposta de tabela salarial enviada pela ASPP já "há uns meses".
"Queremos que o senhor ministro nos diga o que está a pensar fazer relativamente à tabela remuneratória, às tabelas de ajudas de custo e ao efetivo, concretamente a nível de admissões e de saídas", explica o responsável sindical.
Desde já, promete também iniciativas criativas, sem divulgar quais serão.