"Se quiser disponibilizar técnicos para a JMJ tem de encerrar ambulâncias do dispositivo habitual"
O presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar diz à TSF que não conhece a existência de voluntários do INEM na Jornada Mundial da Juventude.
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O presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar disse esta segunda-feira que desconhece a existência de voluntários do INEM na JMJ e garante que se forem alocados técnicos no evento, as ambulâncias para o resto do país terão de ser menos.
"Tanto quanto é do nosso conhecimento, o INEM não dispõe de corpo de voluntários. Que nós saibamos, não existem voluntários do INEM na Jornada Mundial da Juventude. Nós temos muitas dúvidas que venham a estar pessoas do INEM afetas, principalmente técnicos de emergência pré-hospitalar, uma vez que os que estão atualmente a operar já não são suficientes para o dispositivo habitual que o INEM devia ter disponível durante 365 dias por ano, o que se verifica no número de ambulâncias encerradas diariamente por falta de técnicos", afirma Rui Lázaro à TSF.
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Por isso: "Se quiser disponibilizar técnicos para a Jornada Mundial da Juventude tem de encerrar ambulâncias do dispositivo habitual, uma vez que os técnicos não existem."
O sindicalista lamenta que todos os dias haja ambulâncias paradas por falta de pessoal e adianta que o INEM não recebeu qualquer novo veículo recentemente.
"Não houve nenhum meio do INEM que fosse aberto e operacionalizado recentemente. Imagino que o senhor ministro se esteja a referir a eventual equipamento para o famoso hospital de campanha que o INEM dispõe. Contudo, carece de profissionais para estar operacional. E com a carência de profissionais que o INEM tem atualmente, não conseguimos imaginar onde é que possa estar esse reforço. Refere também o ministro - pelo menos já está noticiado - que serão, a partir de 1 de julho, 74 novos meios no INEM. Não só não há novas ambulâncias, mas principalmente profissionais de saúde não há de certeza para operacionalizar mais meio nenhum", revela.
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Ou seja, o sindicato tem "muitas dúvidas que não aconteçam constrangimentos graves na sequência da Jornada Mundial da Juventude, uma vez que os atuais profissionais do INEM já não chegam sequer para o dispositivo normal".
Nesse sentido, Rui Lázaro assume-se "bastante preocupado" com a situação.
"Já alertámos, na Comissão da Saúde quando fomos lá recebidos no mês passado, que estamos perante uma bomba-relógio que pode explodir durante a Jornada Mundial da Juventude, tendo em conta já os habituais atrasos ao nível da assistência de emergência médica, potenciados pelo número elevado de ocorrências que se espera que haja durante JMJ. Estamos muito pessimistas, porque verificamos, já nos horários de maio e a refletir-se em junho, várias ambulâncias encerradas vários dias por falta de técnicos. Se o número de ocorrências aumenta estamos perante situações que podem complicar-se para o cidadão comum e para quem estiver a desfrutar da JMJ", considera o presidente do sindicato.
O plano do Ministério da Saúde para a Jornada Mundial da Juventude prevê a mobilização de 75 equipas móveis de suporte básico de vida e os principais hospitais terão planos de contingência para eventuais situações de exceção.
Na apresentação do plano, António Marques adiantou que para os vários eventos serão mobilizadas diversas equipas de suporte básico de vida, estando previstos pelo menos 75 postos fixos e 75 equipas móveis de socorro, assim como dez postos médicos avançados do INEM.