Marcelo Rebelo de Sousa apontou que a eficácia dos protestos, podendo ser maior ou menos, deve medir-se pela "mobilização dos portugueses" e de uma sociedade "envelhecida".
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assinalou esta quarta-feira que ações de protesto pelo clima como a desta terça-feira, o arremesso de bolas de tinta contra o ministro do Ambiente, ou os desta manhã, com a Feira Internacional de Lisboa a ser parcialmente pintada de vermelho, revelam uma preocupação dos mais jovens com o ambiente e são também um sinal de liberdade.
Questionado pelos jornalistas à saída da conferência "Turismo fator de coesão nacional", em Albufeira, Marcelo começou por assinalar que estes protestos "têm um aspeto positivo: a juventude está preocupada com o clima, não podemos esquecer que foi largamente a juventude o motor nos últimos anos dessa preocupação".
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Reconhecendo que as formas de luta podem ser "mais ou menos eficazes", não cabendo ao Presidente da República "estar a qualificar de eficazes ou não", Marcelo Rebelo de Sousa apontou que a melhor avaliação é a "mobilização dos portugueses" em torno do tema.
"Não esqueçamos que somos uma sociedade envelhecida", apontou, algo que pode fazer variar a eficácia da mensagem em função das formas de protesto escolhidas - porque às vezes "não fica bem a mensagem" -, tudo isto num contexto de liberdade, que "é fundamental em democracia".
Na mesma avaliação, o Presidente da República - que lembrou não ser de "aplauso fácil ao Governo" - quis elogiar a conduta dos "sucessivos governos em Portugal e na União Europeia".
"Estão na vanguarda a nível mundial do que é o clima. A Europa bate-se pelo clima quando os EUA não se batiam sem o Acordo de Paris, a Rússia não se batia e a China não se batia", e "há outros pontos em que é mais fácil criticar o Governo do que em matérias de transição de energia e ação climática".
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O Presidente da República assumiu, ainda assim, que "pode dizer-se que é preciso mais, mais depressa e que estamos a perder tempo, mas Portugal está na vanguarda da Europa e a Europa na do mundo".
Nas mesmas declarações aos jornalistas, desafiado a comentar e analisar a solução encontrada para uma maioria parlamentar na Madeira entre PSD e PAN, Marcelo Rebelo de Sousa recusou: "Isso era comentar partidos, eleições, governos e coligações."