Paulo Rangel afirma que o Presidente do Brasil omite e esquecem que, entre Ucrânia e Rússia, "há um Estado agressor e um Estado agredido".
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O vice-presidente do PSD, Paulo Rangel, apela ao Governo português para se demarcar das declarações do Presidente do Brasil, Lula da Silva, sobre a guerra na Ucrânia. Em conferência de imprensa, o eurodeputado social-democrata lembra que Portugal não pode pactuar com o regime agressor que, neste caso, é o regime de Vladimir Putin.
"Não podemos pactuar nem contemporizar, impávidos e serenos, com as declarações reiteradas que omitem e esquecem que há um estado agressor e um estado agredido. Que há uma violação da integridade territorial da Ucrânia, que rasga os princípios sagrados do direito internacional. Que a federação russa e o regime de Putin têm cometido sucessivos crimes de guerra, massacrando as populações ucranianas, destruindo as suas cidades e a sua economia", diz Paulo Rangel.
"O Governo português, enquanto órgão de soberania responsável pela condução da política externa, respeitando por inteiro a soberania do Brasil, através do primeiro-ministro, António Costa e do ministro dos Negócios Estrangeiros, não pode deixar de se demarcar pelas vias diplomáticas adequadas, mas também publicamente da afirmação de que a UE, a NATO, e os EUA estão a estimular e a fomentar a guerra", defende o social-democrata.
"Não pode aceitar-se a impostação de que a Ucrânia deve perder a Crimeia ou de que o presidente Zelensky é responsável pelo conflito", explica Paulo Rangel.
Lula da Silva esteve na China e, no final dessa visita de Estado, apelou ao fim do conflito, defendendo que NATO, União Europeia e EUA "devem parar de fomentar" a guerra na Ucrânia.