PSD defende que Galamba "está ferido" e tem muitas explicações a dar aos deputados
O vice-presidente do PSD explicou no Fórum TSF como o ministro segura o Governo. Do lado do PS, Bruno Aragão defendeu que a reunião com a ex-CEO da TAP é um assunto que não entra nas competências da comissão de inquérito.
Corpo do artigo
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, vai ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito à TAP na quinta-feira, depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter considerado que a comissão está a desviar-se do objetivo inicial. O vice-presidente do PSD, Miguel Pinto Luz, defende que João Galamba tem muitas explicações a dar as deputados.
"O PCP hoje é um incómodo grande para o Partido Socialista, é um incómodo grande para o Governo e um incómodo muito grande para António Costa porque a cada sessão descobre-se mais uma trapalhada, mais uma mentira, mais uma inverdade, mais uma notória incapacidade gestionária do dossier da TAP e, por isso, percebemos que António Costa esteja farto da CPI, mas também percebemos porque nós também estamos fartos das trapalhadas do Governo. Os portugueses estão já absolutamente exaustos e também fartos. Costa mostra uma enorme irritação. O deputado demonstrou também irritação porque sabem que muito provavelmente a mentira do ministro Galamba ficará exposta para todos e nomeadamente a mentira sobre quem convocou a primeira reunião secreta mas, pior do que isso, a mentira sobre a segunda reunião secreta e a mentira sobre todo este processo do roubo ou não roubo do computador", afirmou no Fórum TSF Miguel Pinto Luz.
TSF\audio\2023\05\noticias\15\miguel_pinto_luz_1_trapalhadas
O social-democrata falou de Galamba como o ministro que segura o Governo. Se ele cair, o Executivo ficará à deriva.
"Galamba está ferido, muitos dizem que é o "ministro zombie" e é essa a fragilização de um ministro que hoje é a âncora, porque António Costa e o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa também colocaram o ministro Galamba como a única âncora que hoje segura ao Governo. Se essa âncora se partir, se perder, o Governo ficará inevitavelmente à deriva e, consequentemente, a perda de legitimidade política será inevitável e outras leituras ter-se-ão de tirar nessa altura", acredita o vice-presidente do PSD.
Do lado do PS, o deputado socialista Bruno Aragão sublinhou que a reunião de João Galamba com a presidente executiva da TAP é um assunto que não entra nas competências da comissão de inquérito.
16348612
"O que aconteceu relativamente a essa reunião e na comissão de economia não tem nada a ver com a comissão de inquérito à TAP. Porquê? Porque não tem nada a ver com a tutela política da TAP. Sobre as opções que se fez da recompra, privatização, de injeção de capital, sobre o plano de reestruturação, sobre a dimensão do plano de reestruturação, sobre o esforço desse plano para o conjunto de funcionários da TAP, que é um esforço muito grande, sobre slots sobre os destinos da TAP e sobre aquilo que se espera que aconteça até 2025, que é um ano particularmente importante de conclusão do plano de reestruturação. Nada disso definir todo este quadro que é, de facto, o quadro que nos importa", explicou Bruno Aragão.
TSF\audio\2023\05\noticias\15\bruno_aragao_1_nao_tem_a_ver
O deputado socialista deixou, no entanto, a ideia de que Galamba pode dar esclarecimentos sobre o caso Alexandra Reis.
"O período em que o ministro João Galamba pode ter informação particular sobre o processo da Alexandra Reis. Porquê? Porque o ministro tem que lidar com esse processo quando ele surge na opinião pública e quando ele é alvo de escrutínio e, aliás, dá origem a esta comissão de inquérito. Portanto, a informação para o âmbito da comissão de inquérito que o ministro João Galamba possa trazer é a informação que qualifica esse processo em particular", acrescentou o deputado socialista.