PSD "vota a favor" de inquérito às secretas e acusa PS de "usar instituições para proveito próprio"
O PSD está ainda a "ponderar" apresentar uma iniciativa própria de fiscalização das secretas.
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O PSD vai votar a favor das propostas para uma comissão de inquérito à gestão dos Serviços de Informações e Segurança (SIS) e pondera apresentar uma iniciativa própria. O Chega e a Iniciativa Liberal já avançaram com propostas, depois do polémico regaste do computado do antigo adjunto de João Galamba.
Para que as propostas sejam aprovadas, é preciso que a maioria dos deputados votem a favor. Pelo PSD, Joaquim Miranda Sarmento garante que o voto dos 77 deputados social-democratas vai ser favorável.
"Não inviabilizaremos essas iniciativas, não estou a dizer que iremos apresentar, mas há, de facto, explicações muito sérias que têm de ser dadas por quem tutela os serviços", disse, referindo-se ao primeiro-ministro, António Costa.
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Com uma maioria absoluta e para que os votos dos socialistas não sejam necessários, é preciso que o PSD apresente um pedido potestativo, mas Miranda Sarmento não abre o jogo, garantindo apenas que o partido "vai ponderar, mas votará favoravelmente os requerimentos que já foram apresentados".
O líder parlamentar do PSD falava aos jornalistas depois da abertura oficial das jornadas do partido, que decorrem entre esta segunda-feira e terça-feira, na Madeira. No discurso, perante os deputados, Miranda Sarmento respondeu ao homólogo socialista, Eurico Brilhante Dias, que acusou Cavaco Silva de um utilizar uma linguagem ofensiva e antidemocrática".
"Foi duro, foi contundente e realista, mas foi democrático. Só podemos saudar que o país tenha uma figura com o relevo e a credibilidade com a dimensão do professor Cavaco Silva, que mostra aos portugueses que chegámos a um ponto intolerável de degradação das instituições", atirou.
Joaquim Miranda Sarmento nota ainda que, para os lados do Largo do Rato, "há nervosismos", tal como demonstram as sucessivas reações ao discurso de Cavaco Silva. O social-democrata diz até que a maioria absoluta utiliza "as instituições do Estado para seu próprio proveito".
"A forma como o PS e alguns deputados do PS reagiram mostra que, de facto, existe um enorme nervosismo no PS. Eles sabem bem como conduziram este processo e a forma como utilizaram o SIS para algo que era ilegal, e a forma como usam as instituições do Estado para seu próprio proveito", acrescentou.