Reforço do apoio aos colégios de ensino especial é uma "boa notícia", mas "não resolve a questão de fundo"
À TSF, o presidente da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular adianta que, até junho, o apoio às crianças está garantido: "Ninguém vai abandonar os alunos"
Corpo do artigo
A Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular aplaude o reforço do apoio financeiro do Governo aos colégios dedicados ao ensino especial, mas ressalva que a medida "não resolve a questão de fundo".
O Governo anunciou este sábado um reforço no valor de 2,9 milhões de euros, que serão alocados ainda este ano letivo aos colégios particulares de ensino especial.
Em declarações à TSF, o líder da associação, Rodrigo Queiroz e Melo, afirma que esta é uma "boa notícia", mas aponta que a "questão fundamental" - que é o valor por aluno - fica por resolver.
"Este valor que o Governo - e muito bem - reforçou no contrato de cooperação com o ensino especial é um valor porque há muito mais alunos a serem encaminhados pelo Ministério para estes colégios, porque as necessidades são cada vez maiores. O problema é que agora, em vez de cerca de 500 alunos com um valor insuficiente, temos 520 ou 530. A questão de fundo, que é o valor por aluno, essa continua por resolver", insiste.
Ainda assim, Rodrigo Queiroz e Melo revela ter a "esperança" de que o Executivo resolva a questão, já que estes valores são "bem demonstrativos de que a necessidade existe".
O presidente da associação defende, assim, que o Estado deve pagar dez mil euros anuais por cada aluno com necessidades educativas especiais. Na sexta-feira, ficou a saber-se que cerca de 500 crianças corriam o risco de ficar sem apoio, porque os colégios não tinham verba suficiente por parte do Ministério da Educação.
Rodrigo Queiroz e Melo garante agora, que nenhuma criança vai ficar sem apoio escolar este ano letivo. "Ninguém vai abandonar os alunos. (...) No final do ano letivo é que não conseguimos mais", esclarece.
Reforça, por isso, que até junho as "crianças estão garantidas", ao passo que, até julho, os "operadores vão continuar a acumular prejuízo".