"Regulamentação da dependência." Santa Casa pondera medidas para regular acesso às raspadinhas
A provedora Ana Jorge, em declarações à TSF, não avança as medidas, mas garante que a Santa Casa vai trabalhar para promover o jogo responsável.
Corpo do artigo
A primeira fase do estudo "Quem Paga a Raspadinha", realizado por investigadores da Escola de Medicina da Universidade do Minho a pedido do Conselho Económico Social, concluiu que cem mil portugueses podem estar em risco de desenvolver jogo patológico associado às raspadinhas. Num primeiro olhar para estas conclusões, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que detém o monopólio dos jogos sociais, pondera avançar com medidas para regular o acesso às raspadinhas.
A provedora Ana Jorge, em declarações à TSF, não avança as medidas, mas garante que a Santa Casa vai trabalhar para promover o jogo responsável.
"Temos de balancear muito a nossa intervenção social de desenvolvimento e de apoio às pessoas com maiores fragilidades e, ao mesmo tempo, uma das suas fontes de rendimento. Estamos completamente disponíveis para abordar o problema e as questões que este estudo poderá apontar para desenvolvermos medidas que possam ir ao encontro daquilo que é o controlo e a regulamentação da dependência. Não tenho nenhuma novidade sobre isso. Todo o trabalho que tem sido feito continua mas, de certo modo, este estudo vai poder acrescentar, fazer refletir e estaremos completamente disponíveis. Vamos encontrar algumas medidas que possam desenvolver ainda mais as questões do jogo responsável", reconheceu Ana Jorge.
TSF\audio\2023\09\noticias\19\ana_jorge_medidas_
A líder da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa não adianta datas, mas assegura que vai trabalhar com o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e admite estar preocupada com os resultados do estudo que está a ser apresentado esta terça-feira de manhã e que revela a dependência dos portugueses em relação às raspadinhas.
"É uma preocupação para nós e já sentíamos essa preocupação porque conhecíamos alguma realidade, embora não com um estudo como este, que aponta para uma avaliação mais completa e esta é a primeira parte desse mesmo estudo. A Santa Casa tem, de facto, a preocupação. A raspadinha não tem qualquer publicidade associada, como é conhecido. Tem também no departamento de jogos uma equipa que trabalha as questões do jogo responsável e, frequentemente, tem colaboração com o SICAD, a estrutura que em Portugal estuda e trabalha com as dependências", acrescentou à TSF.