Afastou as raspadinhas, reencontrou-as atrás do balcão: "Tenho de fugir de um emprego que não é para mim"
Há dois anos, quando a TSF contou a história de Filipa, esta mulher, jogadora compulsiva de raspadinha, estava em tratamento e quase pronta para voltar ao trabalho. Isso acabou por acontecer, mas o pior veio depois.
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Esteve dois anos sem tocar em raspadinhas, mas quando voltou ao emprego, a vender jogo, o drama recomeçou. Na primeira pessoa, Filipa afirma à TSF: "Caí na mesma asneira passados um ou dois meses de estar a trabalhar. É muito difícil recuperar e trabalhar com jogo."
Esse foi um dos alertas feitos durante as sessões com os Jogadores Anónimos. Não é boa ideia trabalhar com jogo quando se é, reconhecidamente, um jogador compulsivo. Esta mulher admite agora que nunca lhes deu a devida credibilidade e é obrigada a reconhecer que tinham razão.
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"Aquelas cores fascinantes! Muitas vezes, sou 'obrigada' a raspar uma para ver como funciona, para saber explicar ao cliente. E tudo isso me leva a cometer asneiras em cima de asneiras. E é assim que está a minha vida. Um caos!".
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Daí até à conclusão, é um passo: "Isto não é emprego para mim. Tenho de fugir dele!" Entretanto, Filipa está novamente de baixa. Fala de uma "doença", não de um "vício".
Em qualquer dos casos, viu-se novamente cheia de problemas financeiros. Recorreu ao cartão de crédito e, mais tarde, a um empréstimo bancário. Fê-lo sem ninguém saber, mas a situação acabaria por virar-se contra ela. "Fui descoberta (...) fui encostada à parede, tive de confessar que, afinal, não tinha cumprido a promessa que fiz".
Durante o tempo em que esteve a trabalhar, não pôde frequentar as sessões dos Jogadores Anónimos e isso teve peso na recaída. Mas deu-lhe forças para ir resistindo, pelo menos, fora do trabalho. "Eu consigo! Essa força eu tenho cá fora. Não tenho é no meu local de trabalho".
Um trabalho que adoece. Filipa quer "fugir" para um qualquer "lugar saudável".