A Autoridade Nacional da Proteção Civil aponta, no relatório preliminar da queda do helicóptero do INEM, que a demora da NAV Portugal e do 112 para contactar o centro de coordenação de salvamento da Força Aérea pode ter afetado a resposta ao acidente.
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O relatório preliminar apresentado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) ao Ministério da Administração Interna admite que não foram respeitados os procedimentos devidos na resposta a acidentes com aeronaves, depois da queda do helicóptero do INEM, que, no último sábado, vitimou quatro pessoas.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil publicou, esta manhã, o relatório preliminar do processo de inquérito ao acidente.
A primeira falha apontada no relatório é que a NAV Portugal, a entidade pública que garante os serviços de tráfego aéreo, não cumpriu as normas estipuladas na Diretiva Operacional Nacional para o Dispositivo Integrado de Resposta a Acidentes com Aeronaves - optando antes por tentar contactar os telemóveis da tripulação, os aeródromos de Baltar e Macedo de Cavaleiros, o heliporto de Massarelos e, depois, os Bombeiros e a PSP de Valongo.
Outra das conclusões do relatório preliminar é que o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) do Porto foi alvo de seis tentativas de contacto telefónico, segundo os registos de chamadas da Rede Nacional de Segurança Interna.
Por sua vez, tendo sido alertado por cidadãos, o 112 (Centro Operacional do Norte) não alertou o CDOS do Porto nem encetou diligências junto da ANPC para restringir a área de busca, tendo preferido chamar ao local as forças de segurança.
O relatório indica que tanto a NAV Portugal como o 112 levaram demasiado tempo a contactar o centro de coordenação de salvamento da Força Aérea Portuguesa (o RCC - Rescue Cordination Center), "podendo ter comprometido o tempo de resposta dos meios de busca e salvamento".
Por último, a Autoridade Nacional de Proteção Civil concluiu que as condições meteorológicas sentidas na altura e o relevo do terreno "foram fatores condicionantes para o desenvolvimento das buscas" desde a chegada dos primeiros meios ao terreno.
O ministro da Administração Interna ordenou à Autoridade Nacional de Proteção Civil que "aprofunde as circunstâncias que rodearam a comunicação da ocorrência e a mobilização de meios de socorro", para fazer a caracterização dos acontecimentos que levaram à queda do helicóptero e apresentar "propostas de correção" para os procedimentos e normas aplicados.
Notícia atualizada às 10h53
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