Dois relatórios, citados hoje pela imprensa, alertaram o Ministério da Justiça para os vários problemas da rede informática dos tribunais, que continua sem funcionar há perto de duas semanas.
Corpo do artigo
Um dos documentos tem dois anos e foi feito pela equipa que criou a plataforma informática. O alerta foi enviado em 2012 à ministra da Justiça.
O Diário de Notícias refere um documento de 43 páginas, a que teve acesso, com o título "Planeamento para a Reorganização do Mapa Judiciário". O texto aponta os riscos a ter em conta na adaptação do Citius às novas comarcas.
As soluções apontavam para três caminhos que, avançao o DN, foram ignorados pelo Ministério da Justiça que não respondeu ao documento.
Em 2013, os 10 elementos da equipa que geria a plataforma acabaram por apresentar a demissão.
Outro alerta, mais recente, chegou através de uma auditoria da Inspeção Geral das Finanças, publicada há poucos dias. Um documento citado pelo jornal I diz que o sistema informático é lento e tem uma rede de comunicações «insuficiente».
O documento aponta ainda críticas aos recursos humanos das entidades do Estado que gerem o Citius e que «demonstraram não ter recursos humanos com um conhecimento profundo do sistema. Há falta de meios o que levou à «renúncia das melhores práticas de programação».
Contactado pelo I e pelo Diário de Notícias, o Ministério da Justiça não comentou estes dois documentos que alertaram o Governo para os problemas do Citius.
O novo mapa judiciário arrancou há quase duas semanas e 10 dias depois a maioria dos tribunais continua sem ter acesso ao sistema informático da Justiça.