O presidente do PSD considera que "é um disparate misturar eleições internas com as legislativas".
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Rui Rio vai propor que as eleições internas do PSD decorram a 20 de novembro. A informação foi avançada pelo próprio à chegada do Conselho Nacional do partido, em Aveiro.
"Eu tenho a mesma posição desde o princípio e entendo que é um disparate misturar umas eleições internas com as legislativas", afirmou, sublinhando que "é uma atitude que não é bom senso, nem sensata".
"Há que tentar atenuar o benefício que estamos a dar ao PS", que, segundo Rio, está "a fazer campanha livremente".
De acordo com o atual presidente do PSD, para "melhorar a situação" a melhor data para as eleições internas do PSD é 20 de novembro, com uma possível segunda volta uma semana depois, a 27 de novembro.
O Congresso deverá também ser antecipado para 11 de dezembro.
"Se nós temos uma situação excecional, temos de ser capazes de arranjar soluções excecionais", considerou.
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O Conselho Nacional do PSD reúne-se este sábado, em Aveiro, para fazer a análise da situação política, quando já estão marcadas legislativas para 30 de janeiro, e poderá alterar todo ou parte do seu calendário eleitoral interno.
Na última reunião do órgão máximo do partido entre Congressos, há cerca de três semanas, as eleições diretas foram marcadas para 4 de dezembro e o Congresso para 14, 15 e 16 de janeiro, tendo-se apresentado como candidatos à liderança do PSD desde essa data o eurodeputado Paulo Rangel e o atual presidente, Rui Rio.
O calendário aprovado tinha sido inicialmente proposto pela direção, mas, na véspera do Conselho Nacional e após alertas do Presidente da República de que poderia haver uma crise política, Rio apelou à suspensão da disputa interna até se esclarecer se o Orçamento do Estado era ou não aprovado. A proposta acabaria rejeitada com 71 votos contra, 40 a favor e 4 abstenções.
Perante o 'chumbo' confirmado do Orçamento em 27 de outubro, mais de 60 conselheiros nacionais e dirigentes distritais fizeram um pedido de um Conselho Nacional extraordinário para antecipar o Congresso para entre 17 e 19 de dezembro, que mereceu o apoio de Paulo Rangel, e que deverá ser votado hoje.
Na última semana, Rio continuou a defender ser uma insensatez o partido realizar eleições internas em vésperas de legislativas, mas, para não ser acusado de "temer eleições" e para "diminuir o benefício do PS", anunciou que proporia uma antecipação das mesmas.
Na agenda da reunião está também, a pedido da direção, a "análise da situação política decorrente da reprovação do Orçamento do Estado para 2022 e da previsível dissolução da Assembleia da República", entretanto confirmada na quinta-feira pelo Presidente da República, que anunciou a marcação de eleições antecipadas para 30 de janeiro.
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