Menos de uma semana depois da demissão de Azeredo Lopes, Chefe de Estado-Maior do Exército demitiu-se.
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A demissão do Chefe de Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, na tarde desta quarta-feira tem gerado reações políticas e militares.
No entender de Mário Ramos, da Associação Nacional de Sargentos, o furto em Tancos criou uma "fragilidade" no exército, algo que pode explicar a saída de Rovisco Duarte.
Já o momento, esse terá sido escolhido, na opinião de Mário Ramos, de forma a "não interferir na nomeação do novo ministro e da nova secretária de Estado". Precisamente na tarde desta quarta-feira tomou posse a nova secretária de Estado da Defesa, Ana Isabel Pinto, dois dias depois de o também novo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, o ter feito.
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Mário Ramos lembra, no entanto, que a decisão de colocar, ou não, o cargo à disposição seria sempre de Rovisco Duarte, depois do próprio "avaliar a situação e perceber" se o deveria fazer ou não.
Do lado da Associação de Oficiais das Forças Armadas, o presidente António Mota admite ter sido apanhado de surpresa por esta demissão, ainda para mais numa altura como esta.
Rovisco Duarte "mostrou sempre uma resilência que não levaria a que, muito menos agora que foi substituído o ministro da Defesa, tomasse esta decisão", considera António Mota.
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O presidente da Associação de Oficiais acredita que Rovisco Duarte terá ponderado esta demissão, não resistindo às "pressões políticas" que se seguiram à demissão de Azeredo Lopes.
António Mota aponta mesmo o exemplo específico de Carlos César, que na TSF disse que apuradas as consequências políticas da demissão do agora ex-ministro da Defesa, era precisso que se apurassem as consequências nas Forças Armadas, algo que foi interpretado como um recado para Rovisco Duarte. Ainda assim, o presidente dos Oficiais ressalva que as "razões concretas" da demissão, só o agora ex-Chefe de Estado-Maior as conhecerá.