O ministro dos Negócios Estrangeiros, em entrevista, esta manhã à TSF, considera que a Europa tem de criar condições para evitar que o Mediterrâneo se transforme num cemitério. Apoio dos Estados, diz Rui Machete, é fundamental.
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O governo português classifica de «chocante e inaceitável» a situação dos imigrantes que tentam uma fuga para a Europa e acabam por "encontrar" a morte no Mediterrâneo.
Em declarações à TSF, o ministro dos Negócios Estrangeiros comentou a notícia de mais um naufrágio, no último fim de semana, de um barco que partiu da Líbia em direção a Itália e onde seguiriam a bordo mais de 900 pessoas.
Rui Machete, escutado pela TSF afirma ser necessário perceber como é que são as condições de vida destas pessoas nos países de origem, no entanto, e a curto prazo, é necessário encontrar maneira de os acolher e evitar mais mortes.
«A nós choca-nos muito que 700 pessoas morram de uma só vez ao atravessarem o Mediterrâneo. É uma coisa que é inaceitável, mas infelizmente o problema é tragicamente complexo».
Para o responsável da diplomacia portuguesa «não se pode permitir que no Mediterrâneo seja um cemitério».
Machete reconhece que os esforços da União Europeia, «que não tem feito tudo aquilo que pode fazer» não são suficientes para responder a esta crise. Parte da resolução faz parte do ponto de partida «é preciso encontrar fórmulas para dar emprego às pessoas nos países de origem».
O ministro dos Negócios Estrangeiros "reclama" também o envolvimento de outros países que não integram a Europa e que podem fazer toda a diferença. Diz Rui Machete que o problema da imigração ilegal «é uma responsabilidade de toda a União Europeia e não apenas dos países afetados como a Itália. E até é de algum modo um problema de todo o Ocidente, incluindo os EUA que devem dar-nos uma ajuda humanitária».