O presidente da Assembleia da República pede ao partido que avance com as reformas planeadas.
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António Costa já colocou um travão nas aspirações europeias, garantindo que é o "garante da estabilidade", ainda assim, Augusto Santos Silva deixa o aviso ao primeiro-ministro e ao PS, pedindo "estabilidade e continuidade" nas políticas.
A discursar perante os deputados socialistas, que estão na Madeira para as jornadas parlamentares, o presidente da Assembleia da República traçou as prioridades para o futuro próximo, mas não deixou de fazer reparos à oposição por dar palco "a dramas políticos".
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"Podem outros falar nos dramas reais ou inventados, nos percalços reais ou inventados do quotidiano da política nacional. Nós devemo-nos focar nessa que é uma vantagem essencial para o país: estabilidade política", aponta.
A "estabilidade" deve traduzir-se em "continuidade" das políticas, desde logo, avançando com a polémica reforma das ordens profissionais, que tem sido criticada por várias classes. Para Augusto Santos Silva, a lei atual cria apenas "barreiras".
"Não podemos admitir barreiras artificias à entrada dos jovens no mercado de trabalho. Barreiras que não têm nenhuma lógica económica e cujo objetivo é apenas proteger os que já lá estão e impedir os novos de aceder ao mercado de trabalho", critica.
No que toca ao setor bancário, Augusto Santos Silva sugere também um travão: "Os bancos são empresas como as outras, devem arriscar como as outras, não devem ficar na zona de conforto daqueles que prefere o crédito imobiliário, que remuneram os depósitos dos seus depositantes ao menor custo possível".
Também o Presidente da República já pediu um "esforçozinho" à banca para pagar taxas maiores nos depósitos, depois de o Governo terminar com a série de certificados de aforro que permitia uma taxa de três por cento.
Augusto Santos Silva foi o convidado de honra do jantar do segundo dia de trabalhos socialistas, na Madeira. As jornadas parlamentares decorrem até terça-feira.