Garante de estabilidade? Marcelo concorda, mas avisa Costa para o "bem ou mal" que aconteça
Presidente da República assinala que é da responsabilidade da maioria absoluta tudo o que se passa "neste ano e que se passará em 2024, 2025" e até ao fim da legislatura.
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Depois de António Costa ter recusado estar disponível para ocupar qualquer cargo em Bruxelas depois das eleições europeias de junho do próximo ano, apontando que é o "garante da estabilidade", o Presidente da República vem notar que "é verdade" que o primeiro-ministro tem esse papel, mas que a sua maioria absoluta tem também na mão a "chave para o que vier a acontecer - bem ou mal - em termos de estabilidade".
A partir de Palermo, em Itália, onde está para participar no encontro COTEC, e desafiado a comentar as palavras do primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que o Governo tomou posse há já "um ano e uns meses" e que, desde aí, "os portugueses sabem, por um lado, qual é a posição do Presidente e, por outro lado, qual é a posição do primeiro-ministro e do Governo".
No entanto, avisou que os portugueses sabem também, "em relação ao que se passa neste ano, e que se passará em 2024, 2025, e até ao termo da vigência do ciclo governativo", que a maioria absoluta do PS "tem na sua mão, e em exclusivo, a chave para o que vier a acontecer - bem ou mal - em termos de estabilidade".
Para o chefe de Estado, "é verdade" que a maioria absoluta "e o seu líder são garante de estabilidade, no sentido de que não dependem de nenhum outro partido, nenhum outro conjunto de partidos, e o que acontecer depende só" destes.
Questionado sobre se, apesar da recusa de Costa, seria bom para Portugal ter um cargo na Europa, o Presidente da República recusou comentar, como já tinha feito na semana passada, no Porto, "porque isso implicaria falar da Europa, e de Portugal na Europa, a um ano das eleições europeias e, portanto, seria prematuro e seria pouco adequado".
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Em declarações ao jornal Público, o primeiro-ministro António Costa salientou que é "o garante da estabilidade" e que jamais "poria em causa o que tão dificilmente" conquistou.