"Se cadência de pedidos de horários tender a ser constante", Portugal manterá falta de professores
Ministro da Educação garante, na TSF, que "sempre que temos um aluno sem professor temos matéria para preocupação e intervenção", mas assinala que, desde o início de setembro, foram colocados 24 mil professores nas escolas.
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Num momento em que ainda perto de 40 mil alunos continuam sem aulas de pelo menos uma disciplina nas escolas portuguesas, o ministro da Educação admite que se a "cadência" mensal de pedidos de horários for "constante", o país pode "estar sempre com números semelhantes", mas assinala que este ano letivo começou "com serenidade e tranquilidade".
No site da Federação Nacional dos Professores, o "contador de alunos com falta de professores", atualizado às quintas-feiras, mostra o número 38 mil.
Entrevistado na TSF por Manuel Acácio, momentos antes do início do debate desta manhã no Parlamento sobre a Educação em Portugal e do Fórum TSF dedicado ao problema da falta de professores, e questionado sobre se o cenário da falta de docentes pode manter-se daqui a um mês, João Costa explica o cenário: "Daqui por um mês, se virmos que a cadência de pedidos de horários tende a ser constante, poderemos estar sempre com números semelhantes."
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E faz as contas: "Num dia em que há um professor que por alguma razão falte em cada um dos agrupamentos do país, isso corresponderia a 66 mil alunos sem aulas, para termos uma ideia da comparação."
Assim, o ministro da Educação garante que, um mês depois do início do ano letivo, o país tem "a generalidade dos alunos com aulas", mas assinala que tem também em mãos um "problema que é recorrente", com a ressalva de que "noutros anos, nesta altura, faltavam ainda mais professores".
"Sempre que temos um aluno sem professor temos matéria para preocupação e intervenção", reconhece também o governante, que explica as estratégias que o Governo tem seguido.
"Completamos horários que seriam incompletos e tendencialmente não seriam atrativos para os professores", - o que valeu a colocação de 500 docentes em horários que "ficariam por atribuir" - e a renovação de horários "que teriam de ir a concurso" permitiu assim a continuidade de "quatro mil" professores.
A estes junta-se a "gestão de mobilidades que permitiu recuperar mais de 300 horários" e a "revisão de habilitações" que alargou o leque de candidatos.
Para estes dados conta também o preenchimento de "97,5% de quase 18 mil horários" desde o início do período de pedidos de substituição, embora com a ressalva de que este é um "processo dinâmico", com semanas em que é possível dar resposta a "centenas de horários".
Desde o início de setembro, foram "colocados 24 mil professores" e, com a agilização de processos, "em cerca de 12 dias resolvem-se os problemas de substituição".
"Conseguimos dar resposta a cerca de 80% dos pedidos de contratação através de escola, que corresponde a cerca de seis mil horários", aponta também João Costa.
*com Manuel Acácio