O secretário de Estado da Cultura adiantou que apenas se saberá que custos terá o Estado que arcar com as obras de Miró que eram do BPN quando se souber se haverá leilão ou não.
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O secretário de Estado da Cultura não se comprometeu com o facto de o Estado português poder vir a ficar com as 85 obras de Joan Miró, que eram do BPN.
Reagindo à decisão da leiloeira Christie's de cancelar o leilão das obras de Miró, Jorge Barreto Xavier lamentou que se «criem dificuldades adicionais que vão, neste caso, onerar esta situação».
«O que vai custar [ao Estado] é algo que só podemos perceber se houver ou não houver leilão num momento futuro», acrescentou o governante, que diz que o objetivo da política cultural do Governo é manter museus e teatros abertos e apoiar o cinema.
Barreto Xavier remeteu para as «entidades titulares destas obras» como a leiloeira uma resposta sobre se o Estado português terá de pagar uma indemnização pelos custos de transporte e seguro caso o leilão não se venha a realizar.
O secretário de Estado da Cultura insistiu ainda nas necessidades de financiamento decorrentes da reprivatização do BPN e mantém a intenção de não ficar com as obras do artista espanhol.
Barreto Xavier questionou-se ainda se os portugueses estarão disponíveis para novos cortes na Saúde, por exemplo, para cobrir a receita que o Estado iria arrecadar com a venda destas obras.
Jorge Barreto Xavier mostrou-se ainda «agastado» com o que foi dito pelo Tribunal Administrativo de Lisboa, realçando que não entende o que o tribunal quis dizer com as «ilegalidades» na expedição das obras.
«O que fiz em termos de decisão foi, considerando que poderia haver ilegalidades no modo como decorreu a expedição das obras, pedi à Direção-geral de Património Cultural para avençarem com um processo contraordenacional em relação às entidades que o fizeram», concluiu.