"Não há razão para suspender o equipamento municipal." Sete pessoas com legionella em Caminha
Cinco doentes estão internados no hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo, sendo que um deles está internado nos cuidados intensivos.
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O número de pessoas do concelho de Caminha infetadas com legionella subiu para sete, adiantou esta terça-feira o delegado de saúde do Alto Minho, Luís Delgado.
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"[Foram detetados] sete casos, estavam internados cinco, mas um deles já teve alta, portanto, passou a quatro. Um deles estava em cuidados intensivos. As idades são dos 52 aos 92 anos", aponta, acrescentando que o primeiro caso foi identificado na sexta-feira e o último na tarde desta terça-feira.
"A última foi hoje [terça-feira], ao final da tarde, um senhor de 92 anos, que foi à urgência e foi detetado legionella", adianta.
Cinco doentes estão internados no hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e um sexto, um homem de 86 anos, acamado, está a ser acompanhado no domicílio.
O idoso de 86 anos foi diagnosticado no hospital de São João, no Porto.
Das cinco pessoas hospitalizadas, uma senhora de 60 anos está internada nos cuidados intensivos, sendo que as autoridades continuam a investigar a origem da infeção.
Em declarações à TSF, o delegado de saúde do Alto Minho disse que a maior parte dos doentes "reside a 500/600 metros" de uma área de Vila Praia de Âncora que está a ser investigada, a par de outras zonas "suspeitas".
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"Pode ser uma zona onde exista eventualmente um ar condicionado, um fontanário ou equipamentos de irrigação que possam gerar aerossóis", explicou.
O responsável acrescentou não poder confirmar se os equipamentos municipais foram já descartados como estando na origem da contaminação.
"Há várias suspeitas em Vila Praia de Âncora", freguesia do concelho de Caminha, no distrito de Viana do Castelo, disse.
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Ainda assim, Luís Delgado considera que "não há razão para se suspender o equipamento municipal em particular", explicando que "tudo o que são dispositivos que possam fazer produção de aerossóis são candidatos a serem produtores de legionella".
O delegado de saúde notou que existe "uma equipa grande, de saúde ambiental e saúde pública, no terreno a identificar as situações".
"Nós temos de identificar quais são os dispositivos que produzem aerossóis. Neste momento estamos a fazer essa pesquisa. Amanhã [quarta-feira] provavelmente vamos reunir a equipa toda e vemos qual é a suspeita do dispositivo que são produtores de aerossóis porque a legionella é contaminada por aerossóis", esclarece.
Numa informação escrita distribuída aos jornalistas, foi referida a existência de "seis casos notificados", dos quais cinco internados, "um com alta prevista para hoje".
"Isto tem a ver com os aerossóis, o ar, que contaminou essa doente", referiu Luís Delgado, acrescentando que "a maior parte dos doentes reside em Vila Praia de Âncora e um em Vilarelho", e todos "sem relação familiar".
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Quanto aos sintomas da infeção, o delegado de saúde explicou que "é como se fosse uma gripe, com febre, dores de cabeça, tosse ou falta de ar".
"A diferença é que, neste caso, a infeção não é provocada por um vírus, mas por uma bactéria", acrescentou.
As seis pessoas inicialmente identificadas neste foco de legionella têm entre 52 e 92 anos, indicou à Lusa o presidente da Câmara de Caminha, Rui Lajes.
O primeiro caso foi notificado às autoridades de saúde na sexta-feira, sendo que hoje já foram identificados dois casos.
A doença do legionário, provocada pela bactéria 'Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.