Sindicato considera "inacreditável" que autarquia diga desconhecer prémios à EMEL
O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal considera inadmissível que a Câmara de Lisboa afirme desconhecer um prémio que é pago desde 2011.
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O sindicato que representa os trabalhadores da EMEL considera inacreditável que a Câmara de Lisboa alegue que não conhecia os prémios pagos aos trabalhadores. A autarquia anunciou na quarta-feira a suspensão dos prémios pelas multas na sequência da agressão a um condutor por três fiscais da EMEL.
Orlando Gonçalves, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, considera inadmissível que a câmara afirme desconhecer um prémio que é pago desde 2011.
"Estranha-me muito que ontem a Câmara Municipal de Lisboa tenha vindo dizer que não sabia do que é que se passava relativamente a estas questões. É inadmissível quando nós próprios, o próprio sindicato, já tinha feito essa denúncia à própria Câmara Municipal de Lisboa e virem agora dizer que não têm um conhecimento relativamente a esse assunto é que é inacreditável. Quando surge um problema começam todos a dizer que não sabiam de nada e sobra sempre para o mesmo, que normalmente são sempre os trabalhadores mais baixos", revelou à TSF Orlando Gonçalves.
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O responsável lembra que o prémio inclui outros critérios, como a pontualidade e a assiduidade. Por isso critica a suspensão do prémio sem que o assunto tenha sido discutido com o sindicato.
"Os prémios são pagos por determinadas questões, nomeadamente as questões de assiduidade e pontualidade. Tem vários itens. Um deles tem a ver com a questão relativamente às multas, situação que neste momento foi suspensa sem sequer falar com o sindicato. Parece-nos que é inaceitável e que devem ser discutidos com os sindicatos porque os trabalhadores têm salários muito baixos e isso é que não pode ser aceitável sem ser discutido com os trabalhadores e sindicato", explicou o responsável do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal.
O sindicalista condena as agressões, mas defende que devem apurar-se todos os factos antes de atribuir a responsabilidade aos fiscais da EMEL e sublinha que os fiscais da EMEL têm sido, cada vez mais, alvo de ameaças e agressões.
"Qualquer tipo de agressão é reprovável, seja de onde for. Agora o que acho é que é prematuro neste momento, estar a dizer de quem é a culpa. Aquilo que me contam por parte dos trabalhadores não é a versão que também vi na televisão, mas também não posso assegurar. O que lhe posso dizer é que, da parte do sindicato, certamente os trabalhadores que estão sindicalizados terão todo o apoio de um advogado qualquer", acrescentou.
O vice-presidente da Câmara de Lisboa disse na quarta-feira que ficou em "choque" quando teve conhecimento de que havia ganhos remuneratórios associados às multas da EMEL - Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa e revelou que a medida foi "imediatamente suspensa".
A empresa esclareceu, em comunicado, que o exercício das funções de regulação do estacionamento na cidade de Lisboa exige dos funcionários de fiscalização de trânsito "a maior correção e sentido de civismo" e reconheceu também as dificuldades dos seus agentes de fiscalização, lembrando que muitas vezes são "alvo de intoleráveis agressões físicas e psicológicas no exercício das suas funções", como, acrescentou, foi agora o caso.