"Situação de rutura." Farmacêuticos do IPO de Lisboa apresentam escusa de responsabilidade

Todos os farmacêuticos do IPO de Lisboa apresentaram escusa de responsabilidade. O pedido foi apresentado, na segunda-feira, na sequência da demissão da diretora dos serviços farmacêuticos na passada sexta-feira. Os profissionais queixam-se de falta de recursos humanos e materiais, que compromete os cuidados que são prestados aos doentes. À TSF, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Hélder Mota Filipe, dá conta de uma situação muito difícil.

"É muito grave mesmo, porque resulta da demonstração por parte dos profissionais de que não têm condições para continuar a assegurar todas as prestações farmacêuticas com qualidade e segurança. Estamos a atingir uma situação que é praticamente de rutura", afirma.

Hélder Mota Filipe conta que o que está a acontecer é que "para assegurar a prestação de cuidados, como por exemplo, a administração diária de quimioterapia, os farmacêuticos não conseguem assegurar outras funções", algo que "tem, obviamente, consequências na qualidade e na quantidade de prestação de serviços aos doentes do IPO de Lisboa".

Audio audio TSF\audio\2023\10\noticias\10\helder_mota_filipe_1_pre_ruptura Ouça aqui afirmações de Hélder Mota Filipe à TSF

O bastonário pede atenção ao Governo e à administração do IPO de Lisboa para resolver o que considera ser uma "combinação explosiva" devido à falta de recursos humanos e materiais.

"Tem sido pedido cada vez mais produção aos farmacêuticos sem terem sido aumentados os recursos humanos na proporção adequada para poder continuar a aumentar essa produção, mantendo a qualidade. É preciso que o Conselho de Administração e o Governo levem muito a sério esta degradação que está a acontecer nos serviços farmacêuticos do IPO de Lisboa", sublinha.

A Ordem dos Farmacêuticos vai emitir, ainda esta terça-feira, uma nota de preocupação quanto à escusa de todos os profissionais do IPO de Lisboa.