Infarmed investiga preparação de medicamentos no IPO de Lisboa após escusa de responsabilidade de farmacêuticos
À TSF, a autoridade do medicamento diz já ter contactado o IPO e pedido esclarecimentos.
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O Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) anunciou, esta quinta-feira, uma inspeção para verificar se há problemas na preparação dos medicamentos utilizados no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.
A decisão do Infarmed surge na sequência da escusa de responsabilidade de todos os farmacêuticos do IPO de Lisboa, apresentada na segunda-feira, como a TSF avançou. Os profissionais queixam-se de falta de recursos humanos e materiais, que compromete os cuidados que são prestados aos doentes.
À TSF, a autoridade do medicamento diz já ter contactado o IPO e pedido esclarecimentos.
Por outro lado, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Hélder Mota Filipe, esclarece que a inspeção do Infarmed é um procedimento previsto e que na sexta-feira irá reunir-se com a administração do IPO DE Lisboa.
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Também esta semana, 29 enfermeiros e 11 médicos do serviço de Pediatria do IPO de Lisboa pediram escusa de responsabilidade devido à forma como o turno da noite está organizado.
Nas cartas enviadas à administração do IPO com conhecimento do ministro da Saúde, ao diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, à Entidade Reguladora da Saúde e à Autoridade para as Condições do Trabalho, os enfermeiros declinam "qualquer responsabilidade que lhes venha a ser imputada resultante de qualquer acidente ou incidente que cause dano irreversível, irreparável ou de difícil reparação e ainda dano emocional ou psicológico"aos utentes a seu cuidado.
Numa resposta escrita enviada à TSF, o conselho de administração garante que a "segurança e qualidade dos cuidados de saúde" prestados aos utentes não está em causa e que há esforços por melhores condições de trabalho e "apetrechamento dos serviços", nomeadamente Pediatria e Farmácia.