Trabalhadores da Galp: "pesar e perplexidade" pelo desmantelamento da refinaria de Matosinhos
Em declarações à TSF, a comissão lamenta que os trabalhadores da antiga refinaria tenham "a sua vida ainda adiada".
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A Comissão de Trabalhadores da Galp recebeu com "perplexidade e pesar" a notícia do início dos trabalhos de desmantelamento da refinaria da petrolífera localizada em Matosinhos e que foi encerrada em 2020.
"É um misto de pesar e perplexidade. Perante todos os impactos negativos que o encerramento da refinaria teve no país e para os trabalhadores e para a região, e que nós temos denunciado ao longo destes dois anos que medeiam o encerramento da refinaria até ao dia de hoje, perplexidade também por saber que o Governo, no fundo, tem patrocinado tudo isto e tem sido conivente com toda esta situação", lamenta Hélder Guerreiro, em declarações à TSF.
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Ao final da manhã desta quarta-feira, a petrolífera anunciou que a demolição da refinaria começa na próxima semana e vai durar dois anos e meio. A Comissão de Trabalhadores recorda os funcionários despedidos: "Não podemos também deixar de ter uma palavra relativamente aos trabalhadores que foram despedidos e continuam sem qualquer solução a seu futuro. Continuam uns no fundo de desemprego, outros já sem subsídio de desemprego, mas sem uma solução compatível com a experiência e com a formação que tinham. E isto não pode deixar de ser dito neste dia também."
Para Hélder Guerreiro, mais do que a antiga refinaria, os problemas dos antigos trabalhadores também deviam sofrer uma intervenção.
"Ainda há assuntos por demolir. Esse assunto, que é o mais importante para demolir, continuando a usar essa palavra, porque os trabalhadores têm a sua vida ainda adiada. No fundo, continuam ainda a viver em 2020, no ano em que a refinaria foi encerrada. Mas esta decisão, que a Comissão de Trabalhadores continua a dizer que é errada, que comprovou que é errada, e que ninguém ainda teve a coragem de reverter", considera.
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A demolição da antiga refinaria de Matosinhos, no distrito do Porto, que foi encerrada em 2021, vai começar na segunda-feira e terá uma duração de dois anos e meio, anunciou hoje a Galp.
"Os trabalhos de demolição da antiga Refinaria de Matosinhos vão avançar a partir do próximo dia 23 de outubro. A duração global desta fase é estimada em dois anos e meio", pode ler-se num comunicado hoje enviado às redações pela empresa.
De acordo com a Galp, a demolição "será a face mais visível de um processo de descomissionamento e desmantelamento" iniciado "há cerca de dois anos", e anunciado em dezembro de 2020.