Três docentes do Politécnico do Porto suspensos preventivamente por suspeitas de assédio
Provedor do estudante adianta à TSF que, depois desta decisão, há mais alunas a querer contar episódios de assédio.
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O Instituto Politécnico do Porto (IPP) suspendeu preventivamente três docentes por suspeitas de assédio a alunos, na sequência de queixas recebidas na terça-feira, revelou esta quinta-feira esta instituição de ensino superior.
"O Politécnico do Porto recebeu na passada terça-feira [18 de abril] denúncias realizadas por estudantes que envolvem questões sobre o assédio de docentes tendo sido, em consequência, instaurados três processos disciplinares atendendo às acusações em causa", referiu o IPP, em comunicado enviado às redações.
Acrescentando que "os docentes acusados foram preventivamente suspensos de funções, tendo em vista a salvaguarda e integridade de todo o processo, bem como a salvaguarda e proteção das alegadas vítimas".
O Politécnico do Porto adiantou que, neste momento, não pode facultar mais informação sobre os processos em causa uma vez que os mesmos, nesta fase, têm a designada "natureza secreta".
Contactado pela TSF, o provedor do estudante do IPP, Eduardo Albuquerque, não quis prestar declarações por estar obrigado a manter o sigilo sobre os casos, mas adiantou que depois das primeiras denúncias já há outras estudantes a querer contar episódios de assédio de que foram alvo.
Canal de denúncia online desde 2022
Os processos em causa ainda não foram comunicados ao Ministério Público (MP), mas logo que os instrutores nomeados possam ter factos comprovados/indiciados o Politécnico do Porto dará "de imediato" cumprimento à lei mediante a denúncia junto das autoridades judiciárias, vincou.
"Neste momento, o Politécnico do Porto continua a envidar todos os esforços para identificar situações que possam envolver mais casos de assédio", sublinhou.
Na informação, o IPP explicou ter um conjunto de mecanismos que estimulam e facilitam a denúncia de casos desta natureza, designadamente uma comissão específica para a prevenção do assédio, bem como, no âmbito do apoio às vítimas, acompanhamento psicológico, jurídico e social.
Implementado no seio da instituição desde 2022, o canal de denúncias, no site do politécnico (www.ipp.pt ou www.ipp.pt/denuncia), protege sempre a pessoa que efetua a denúncia, podendo a mesma ser totalmente anónima ou confidencial, adiantou hoje à Lusa o IPP.
"O Politécnico do Porto está comprometido com a preservação, sob todas as formas, da privacidade das presumíveis vítimas, desde logo, para evitar situações de prejuízo pessoal", sustentou.
Até ao momento foram recebidas 24 queixas e reclamações da comunidade académica, sendo três delas as relacionadas com estes casos de assédio.
A instituição ressalvou que o "assédio é inaceitável e não é tolerado de nenhuma forma".