Utentes vão poder marcar consultas nos centros de saúde através da linha SNS24
O projeto destina-se apenas a adultos e arranca, para já, na Póvoa de Varzim e em Vila do Conde.
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Os utentes da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde poderão, a partir desta quarta-feira, marcar consultas no seu centro de saúde através da linha telefónica SNS24. Segundo o Jornal de Notícias (JN), o projeto-piloto "Ligue SNS24, Salve Vidas" será apresentado, esta quarta-feira, pelo diretor executivo do SNS, Fernando Araújo.
O número telefónico é o 808 24 24 24 e o utente não deverá desligar sem antes ter assegurado que será visto por um médico nesse mesmo dia ou no dia seguinte.
O projeto, que se destina apenas a adultos, arranca, para já, na Póvoa de Varzim e em Vila do Conde, mas deverá, depois, ser alargado a outros centros de saúde. O objetivo é dar resposta ao doente agudo fora da urgência para reduzir a procura excessiva destes serviços.
"Trabalhando no percurso do utente dentro do SNS, pretende-se, com este projeto, capacitar o cidadão para a escolha adequada da resposta em saúde que lhe irá prestar os cuidados mais adequados ao seu estado de doença aguda, naquele momento, garantindo, ainda, que esta resposta qualificada é dada em tempo útil", refere a direção executiva do SNS em comunicado, sublinhando que "neste sentido, o projeto inclui medidas no âmbito da literacia em saúde, que pretendem reforçar a utilização preferencial do contacto com a linha SNS 24 como entrada no SNS".
O JN adianta ainda que os doentes não urgentes que recorram à urgência e não aceitem ser orientados para um outro local de atendimento vão ser recusados.
A Associação das Unidades de Saúde Familiares considera que a proposta da direção executiva do SNS é uma boa medida, mas André Biscaia, presidente da associação, sublinha que esta proposta relembra a necessidade de reforçar as equipas administrativas dos centros de saúde.
"Neste momento, há hipótese de as pessoas, através do portal do SNS, marcarem uma consulta para o centro de saúde, mas depois as agendas que estão disponíveis não têm, por exemplo, os bloqueios que podem existir para uma determinada consulta. Por exemplo, se eu tivesse férias, esse bloqueio não aparece no portal do SNS e, portanto, as pessoas depois estão a marcar uma consulta para um período em que eu estou de férias. Isso leva a mais entropia e mais trabalho. Nós não temos capacidade para estar a fazer todo o trabalho e ainda estar a remarcar consultas que foram mal agendadas. Tudo isto tem que ser muito bem oleado", explica à TSF André Biscaia.
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O presidente da Associação das Unidades de Saúde Familiares avisa que esta medida tem de ser bem coordenada com os centros de saúde.
"Esta é uma boa solução para resolver nesta fase, mas tem que ser bem implementado. Ou seja, se isto transferir o caos do serviço de urgência para consultas nos centros de saúde é uma má medida", defende, assinalando a importância da "integração de cuidados", que "passa por discutir os protocolos de referenciação e ajustar tudo para não se transferir caos de um lado para o outro.
* Notícia atualizada às 09h41