Ventura acusa PS de tentar ser "polvo" e diz ter vergonha de PSD que não quer maioria para ser alternativa
O líder do Chega defende que "o PS falhou em todas as áreas e em todos os desígnios".
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O líder do Chega, André Ventura, acusou esta quarta-feira o PS de tentar ser "polvo" e disse ter vergonha de PSD que não quer maioria para ser alternativa.
No encerramento do debate sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2024, André Ventura começou por constatar que este será o último Orçamento de António Costa, afirmando que a demissão aconteceu "no meio de um esquema de compadrio e corrupção".
André Ventura afirmou que o PS foi vítima da própria corrupção em que se envolveu e fez referência a Adelino Amaro da Costa, para mostrar que é possível fazer diferente, acusando ainda os socialistas de "cambalhotas eleitoralistas" há vários anos.
O líder do Chega enumerou os problemas na Saúde e na Educação e a pesada carga fiscal: "O PS falhou em todas as áreas e em todos os desígnios."
"Como podem dizer que vão fazer diferente no futuro?", questionou André Ventura. "Sr. primeiro ministro, provavelmente, nem a sua mãe acredita em si", atirou - um comentário que valeu a André Ventura uma reprimenda do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.
Em diálogo com a Iniciativa Liberal, Ventura referiu a TAP e disse que pede, sim, uma contribuição extraordinária sobre a banca - apelando ao sentimento pela classe média.
O líder do Chega avançou para uma acusação ao PS de tentar controlar a liberdade de opinião - de ser um "polvo" -, apontando como exemplo a eleição, esta manhã, de uma juíza para o Tribunal Constitucional, antes de o Governo deixar funções. Ventura afirmou que o PS tem "pressa" para deixar quem quer nos lugares que quer, seja nas entidades reguladoras ou no topo da administração pública, para poder "continuar a condicionar", mesmo fora do Governo.
"António Costa não deixará saudades como primeiro-ministro e o Governo não deixará saudades aos portugueses", declarou André Ventura, antes de virar o final do discurso para a direita, numa mensagem clara para o PSD.
Citando o histórico líder do PSD Francisco Sá Carneiro, o líder do Chega disse: "O que sinto hoje? O dever de ser alternativa. O meu sentimento? Uma enorme responsabilidade".
"Os que falharem a essa responsabilidade não serão dignos do votos dos portugueses", continuou André Ventura, afirmando sentir vergonha de quem, "mesmo com maiorias na mão", disser "aos portugueses que não quer ser alternativa".