"Via mais fácil." IL acusa PSD/Madeira de preferir governação "condicionada por visão animalista"
Os liberais consideram que o acordo com o PAN prova que os sociais-democratas não estavam "à altura de acompanhar a natureza exigente e reformista da Iniciativa Liberal".
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A IL acusou esta terça-feira o PSD/Madeira de ter seguido a "via mais fácil", preferindo ficar "condicionado por uma visão animalista" em vez de "baixar os impostos às pessoas", após a confirmação do acordo de incidência parlamentar do PAN com a coligação "Somos Madeira", constituída pelo PSD e CDS-PP.
Num comunicado enviado às redações, assinado por Nuno Morna, deputado eleito pela IL na Madeira, e Rui Rocha, líder dos liberais, os políticos defendem que a decisão dos sociais-democratas prova que não estavam "à altura de acompanhar a natureza exigente e reformista da Iniciativa Liberal".
"As declarações já vindas a público indicam que o PSD/Madeira escolheu a via mais fácil", lê-se no documento. Encerrada a noite eleitoral na Madeira, foi preciso fazer as contas para garantir uma governação de maioria, tendo as chaves ficado com o PAN e com a IL.
A deputada única madeirense do PAN, Mónica Freitas, confirmou esta terça-feira o acordo de incidência parlamentar com a coligação "Somos Madeira", assegurando que não se trata de uma coligação e o partido não terá funções governativas.
Apesar de já ter chegado a acordo com o PAN, o líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, não fecha a porta a "falar" com os liberais. "Não tenho qualquer problema", garantiu.
Depois de terem mostrado "disponibilidade para conversar", os liberais, que ficaram, para já, fora deste acordo, sublinham que o PSD, "podendo optar por um caminho reformista, orientado para a liberdade económica, política e social, acabou por decidir pela via proibicionista, sectária, limitadora da atividade económica associada ao turismo, dirigista e inimiga do mundo rural".
"Reduzir a carga fiscal e assegurar o combate à corrupção e uma maior transparência são áreas em que se percebe agora que o PSD teria grandes dificuldades em assumir compromissos, optando por sacrificar o interesse dos madeirenses e abdicando de qualquer tipo de coerência no país", acusam.
A IL adianta, ainda, que "em coerência cristalina com a sua posição", as primeiras propostas apresentadas pelo partido no Parlamento Regional terão "como objetivo reduzir a carga fiscal sobre os madeirenses e permitir o voto antecipado em mobilidade para conferir aos madeirenses os mesmos direitos políticos que os restantes portugueses já possuem".
Os liberais asseguram, por isso, que estão "desobrigados de qualquer responsabilidade" e prometerem "honrar", na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, o "compromisso assumido com os seus eleitores, uma posição de avaliação caso a caso de todas as propostas discutidas, propondo e viabilizando aquelas que trouxerem vantagem para os madeirenses e fazendo oposição a tudo o que o novo governo da Madeira queira implementar que não seja liberal e atrase a vida dos madeirenses".
A coligação formada por PSD e CDS-PP venceu este domingo as eleições legislativas regionais da Madeira, com 43,13% dos votos, mas sem conseguir obter maioria absoluta, elegendo 23 dos 47 deputados.
De acordo com resultados oficiais provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PS elegeu 11 deputados, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.
O Chega e a IL vão assim estrear-se na Assembleia Legislativa da Madeira, enquanto PAN e BE regressam ao Parlamento.