Presidente ucraniano dirige-se de forma virtual à Assembleia da República, através de uma plataforma colaborativa e com tradução simultânea. Sessão contará com apenas dois discursos e dezenas de convidados.
Corpo do artigo
É a primeira vez que um chefe de Estado estrangeiro se dirige por videoconferência à Assembleia da República (AR). Volodymyr Zelensky é o convidado de honra.
"É uma sessão solene mais sóbria, menos exuberante do que seria uma sessão solene com os convidados fisicamente presentes na sala. Por outro lado, há uma série de preocupações técnicas, porque dependemos da técnica para realizá-la", explica João Nuno Amaral, diretor de comunicação da AR. "Vamos recorrer a uma plataforma colaborativa, o presidente da República da Ucrânia estará presente de forma virtual e, portanto, teremos de dar mais atenção ao suporte técnico da reunião", acrescenta.
Para que nada falhe, têm sido testadas várias plataformas. João Nuno Amaral descreve um "importante trabalho colaborativo entre os diferentes serviços envolvidos: informática, comunicação, segurança, apoio ao plenário. Com muitos testes, que têm corrido bem".
Com as atenções do país e do mundo voltadas para o parlamento português, a sessão desta quinta-feira será, por isso, um verdadeiro teste à eficácia da tecnologia, mas também dos serviços da AR.
TSF\audio\2022\04\noticias\21\raquel_de_melo_zelensky
"Sem garantias de que as coisas não falhem, mas fazendo tudo o que é humanamente possível para que isso aconteça e para que corra bem a sessão", garante o diretor de comunicação do parlamento, assumindo que foram tidos "alguns cuidados" por ser esperado um elevado número de acessos ao site do parlamento. "E por isso tomamos algumas medidas para garantir que é mais difícil ao site deixar de cumprir a sua funcionalidade e, portanto, de operar", refere, dando como exemplo a suspensão temporária do acesso aos arquivos do canal parlamento, para que "a largura de banda esteja dedicada apenas à assistência da sessão plenária". "E sexta-feira retomaremos o normal funcionamento", assegura João Nuno Amaral.
Outra particularidade da sessão solene é a tradução simultânea à intervenção do presidente ucraniano. "Vai depender de uma intérprete. Na sala das sessões vai-se ouvir a voz do presidente Zelensky, mas com a voz da intérprete por cima para que todos ouçam em português aquilo que o chefe de Estado da Ucrânia quiser dizer", esclarece.
Uma mensagem muito aguardada numa sessão que se prevê breve e que contará apenas com as intervenções de Volodymyr Zelensky e do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva. A fechar, soarão os hinos de Portugal e da Ucrânia, interpretados pela banda da Guarda Nacional Republicana (GNR).
Na sala das sessões estará o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, a ministra da Defesa, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares e o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, devido à impossibilidade de João Gomes Cravinho estar fisicamente presente, por ter testado positivo à Covid-19. A assistir à intervenção do presidente ucraniano estarão ainda os deputados dos diferentes grupos parlamentares, exceção feita ao PCP, cuja ausência já foi confirmada pelo próprio partido por considerar que Zelensky "personifica um poder xenófobo e belicista". Prevista está também a presença de dezenas de convidados nas galerias, entre os quais a embaixadora da Ucrânia, Ihna Ohnivets.