Francisco Ferreira assinala que a Europa continua a ter de "fazer as apostas certas" em termos energéticos, mas realça a "solidariedade" da decisão.
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A associação ambientalista Zero saúda o acordo alcançado esta terça-feira a nível europeu para reduzir 15% do consumo de gás na União Europeia (UE) até à primavera e assinala-o como uma boa estratégia.
Em declarações à TSF, o presidente da Zero, Francisco Ferreira, assinala que nos casos de Portugal e Espanha não era possível "esperar pela saída do carvão", ainda que temporariamente, ao contrário do que acontece em países que podem utilizar "centrais de reserva e que têm, aí, alguma folga" por estarem "muito bem conectados em termos de gás e eletricidade".
Assim, explica, "a União Europeia tinha de considerar estes caminhos e estas realidades diferentes e juntar isto com a solidariedade de uma decisão conjunta" como a que foi tomada esta manhã.
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Perante o acordo alcançado, a Zero mantém o alerta de que a Europa tem de "fazer as apostas certas na redução de consumos, na eficiência energética e nas energias renováveis".
Esta redução do consumo de gás tem, para já, um caráter facultativo, o que também merece a aprovação de Francisco Ferreira, por ser necessário perceber como vai ser o inverno "em termos de necessidades energéticas" e saber "como é que vão ser as temperaturas na Europa e quais vão ser as necessidades para os diferentes fins, para o consumo doméstico, para a indústria e para a produção de eletricidade".
Nesta equação entrarão ainda "as decisões da Rússia em relação à disponibilização, ou não, de gás", mas o líder da ZERO assinala como "importante" saber que há "margem de manobra, da parte da UE, para responder rapidamente a este corte com o consumo de gás russo".
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Os ministros da Energia da UE chegaram a um acordo político sobre a meta para reduzir 15% do consumo de gás até à primavera, pelo receio de rutura no fornecimento russo, tendo este compromisso sido possível após uma reformulação da proposta original da Comissão, que vários países, entre os quais Portugal, rejeitavam.
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Em comunicado, a presidência checa do Conselho da UE dá conta de que, "num esforço para aumentar a segurança do aprovisionamento energético da UE, os Estados-membros chegaram hoje a um acordo político sobre uma redução voluntária da procura de gás natural em 15% este inverno", estando também prevista a "possibilidade de desencadear um 'alerta da União' sobre a segurança do aprovisionamento, caso em que a redução da procura de gás se tornaria obrigatória".
De acordo com o Conselho da iniciativa fazem agora parte "algumas isenções e possibilidades de solicitar uma derrogação ao objetivo obrigatório de redução, a fim de refletir as situações particulares dos Estados-membros e assegurar que as reduções de gás sejam eficazes para aumentar a segurança do aprovisionamento na UE".