Onze ativistas pelo clima detidos após protesto que cortou a Segunda Circular
Jovens pararam o trânsito sentando-se na estrada. A circulação foi retomada no sentido Benfica-Aeroporto, após quase duas horas de interrupção.
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A PSP deteve 11 ativistas pelo clima, pertencentes ao movimento Climáximo, que bloquearam esta terça-feira de manhã a Segunda Circular no sentido Benfica-Aeroporto, junto às Torres de Lisboa.
Vários jovens com coletes refletores sentaram-se na estrada, em fila, impedindo a circulação do trânsito durante vários minutos, antes de o protesto ter sido reprimido por condutores que saíram dos carros e obrigaram os manifestantes a sair da estrada, com recurso inclusive a agressões.
Momentos depois, os manifestantes voltaram a bloquear a estrada, tendo sido retirados pela polícia. Ao fim de quase duas horas, a situação ficou normalizada, depois de os bombeiros terem retirado dois manifestantes que estavam pendurados na ponte pedonal que atravessa a Segunda Circular segurando uma faixa onde se podia ler "os governos e as empresas declararam guerra à sociedade e ao planeta".
Foram mobilizados para o local várias ambulância do INEM, dois carros dos Sapadores Bombeiros de Lisboa com mais de 10 operacionais, quatro carros da unidade especial de polícia e cinco operacionais da Equipa de Prevenção e Reação Imediata (EPRI) do comando metropolitano da PSP de Lisboa.
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"Nós estamos aqui porque, efetivamente, os governos e as empresas declararam guerra à sociedade e ao planeta unilateralmente", afirma, em declarações à TSF, o porta-voz do movimento Climáximo, Noah Zino. "As emissões de Portugal matam a cada dois dias as mesmas pessoas que morreram em Pedrógão Grande".
"Percebo perfeitamente que as pessoas que sejam incomodadas pelas nossas ações as sintam como radicais, mas sabemos também que a continuação da emissão de gases com efeito estufa para a atmosfera, que neste momento está a matar de centenas de milhares de pessoas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, é um ato de violência. A miséria estrutural que se vive em Portugal, porque as casas não são isoladas e morrem milhares de pessoas em ondas de calor, é um ato de violência", acusa Noah Zino.
Em comunicado, o grupo Climáximo afirma que os jovens ativistas foram levados para a esquadra de Benfica e anuncia uma vigília de solidariedade no local, até que todos os ativistas sejam libertados.
Na semana passada ativistas do grupo Climáximo interromperam o evento "World Aviation Festival", na FIL Lisboa, e pintaram a fachada daquele recinto com tinta vermelha.