Duarte Cordeiro ia começar a sua intervenção, quando foi surpreendido por uma ativista que subiu ao palco e atirou um balão com tinta verde ao governante.
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O ministro do Ambiente e da Ação Climática foi, esta terça-feira, atacado com balões de tinta verde por três jovens ativistas climáticas durante a abertura da CNN Portugal Summit, em Lisboa.
Nas imagens, pode ver-se que Duarte Cordeiro ia começar a sua intervenção, quando foi surpreendido por uma ativista que subiu ao palco e atirou um balão com tinta verde ao governante. Posteriormente, duas outras ativistas subiram também ao palco, tendo sido intercetadas por agentes da PSP e pela equipa de segurança do ministro.
Segundo a CNN Portugal, o protesto deveu-se ao facto de o evento ser patrocinado pela Galp e pela EDP. "O Governo provou que não quer saber da transição climática ao fazer conferências com a EDP e a Galp", "este vai ser o último inverno de gás", "não permitimos que vendam o nosso futuro" e "a Galp e a EDP não querem saber da transição justa", foram algumas das frases de ordem que as jovens gritaram.
As ativistas foram, entretanto, retiradas da sala e a conferência foi interrompida para o ministro trocar de roupa e a sala ser limpa.
Duarte Cordeiro, convidado para falar sobre as metas e as políticas públicas para a transição energética, regressou à sala alguns minutos depois, tendo sido retomada a conferência, na qual defendeu que "estas formas de manifestação não resultam" e contribuem para que a causa climática "perca apoio social".
O governante afirmou que o ativismo climático mais radical quer confrontar o status quo.
"Pelo menos a cor acertaram, que é verde. O ativismo climático existe e, tendo em conta o momento em que já estamos, que é legitimado pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que fala do colapso climático, assume que é preciso radicalizar não só no discurso, mas também na ação para precipitar e acelerar a velocidade das políticas públicas, uma vez que já estamos em contagem decrescente. É isto que esta geração mais ativista que defende a justiça social pretende: confrontar o status quo", referiu.
O ministro do Ambiente compreendeu o protesto. "Ainda há duas semanas, houve um conjunto de manifestantes que se manifestou à entrada do Conselho de Ministros. A reação que o ministro do Ambiente teve relativamente a essa manifestação foi de compreensão com uma geração que quer fazer ouvir a sua voz e que quer que os governos acelerem aquilo que são as suas metas procurar e responder de forma mais objetiva com passos concretos àquilo que é a crise e emergência que é identificada. O nosso país tem procurado corresponder, sabendo nós que em muitos aspetos estamos aquém de algumas dessas metas mais ambiciosas", sublinhou.
A ação de protesto foi reivindicada pelo grupo de estudantes "Primavera das Ocupas - Fim ao Fóssil" nas redes sociais, com a porta-voz da ação, Matilde Ventura, a acusar a conferência promovida pela CNN de ser "uma fachada para limpar a imagem das empresas que em Portugal estão a lucrar com as crises climática e de custo de vida".
"O ministro provou com a sua presença que prefere compactuar com os criminosos que nos estão a levar para o colapso do que garantir que nós, jovens que nascemos em crise climática, temos um futuro", acrescentou, prometendo "continuar a 'não dar paz ao Governo'", com uma "onde de ações" a partir de 13 de novembro, que incluem ocupações nas escolas e "perturbação do normal funcionamento das instituições".
* Notícia atualizada às 10h52